Está disponível no site da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) a Síntese do Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) de 2021 do Município de São Paulo, elaborado de acordo com a metodologia GPC (Protocolo Global para Inventários de Emissões de GEE na Escala da Comunidade), no nível Básico. Os dados são verificados e validados pela C40 (Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança Climática), a fim de verificar o atendimento dos requisitos da metodologia e garantir aceitação dentro dos compromissos internacionais, em concordância com os diversos acordos e discussões sobre o tema.
O setor Transporte é o responsável por cerca de 60% das emissões (em 2021 apenas 55%), em decorrência do uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel), o que evidencia a importância da transição energética, que pode ser exemplificada pela substituição dos ônibus municipais a diesel por veículos elétricos. Segundo a SPTrans, são 149 novos ônibus elétricos em circulação na cidade, enquanto a frota de trólebus é de 201 unidades, que atendem linhas da Zona Leste e do centro. A Prefeitura de São Paulo segue substituindo a frota por veículos movidos a bateria, além de ações de incentivo à mobilidade ativa para reduzir o fluxo de carros particulares e aumentar o uso do transporte público.
O setor Energia Estacionária tem uma média de 30% das emissões decorrentes do consumo de eletricidade de edifícios residenciais, comerciais e institucionais, além de indústrias e setor da construção.
As emissões do setor Resíduos (aterros sanitários e esgotos), apesar de serem as menores, têm apresentado crescimento, à medida em que aumentam a população e o consumo. As alterações previstas no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da Cidade de São Paulo englobam um conjunto de ações estratégicas, que devem ser implementadas de forma progressiva por meio da articulação e adesão de todos os envolvidos – governos, empresas e cidadãos –, a fim de impulsionar a mudança de cultura e no manejo dos resíduos, para reduzir, reciclar e reutilizar os dejetos sólidos, além das medidas de compostagem orgânica, que já em curso na administração municipal.
Este é o 12.º inventário anual elaborado por técnicos da SVMA, sendo que outros sete foram feitos por empresas contratadas. A obtenção dos dados e informações necessários para o cálculo das emissões de gases de efeito estufa de cidades demanda tempo, já que vários deles são publicados no ano seguinte ao que ocorreu sua realização, o que gera defasagem temporal entre a data da emissão dos GEE e a data da publicação. No entanto, o atraso de três anos é aquele aceito internacionalmente.
Sobre a importância dos Inventários
Os inventários tratam das emissões de GEE geradas pelas atividades humanas que causam o aquecimento global, já que eles ocorrem também de forma natural. Totalmente elaborado pela equipe técnica da Assessoria Técnica em Mudanças Climáticas (AT Clima) da SVMA, o Inventário é uma importante ferramenta de gestão, pois possibilita acompanhar a evolução das emissões ao longo dos anos, assim como monitorar as principais fontes e identificar possíveis oportunidades de redução, o que auxilia na formulação de políticas públicas. A Síntese do Inventário de 2020 e os demais inventários produzidos desde 2003 estão disponíveis no site da pasta.
A Política Municipal de Mudança do Clima (promulgada pela lei municipal 14.933/2009) estabelece que o Poder Executivo publique, a cada cinco anos, um documento de comunicação que contenha inventários de emissões antrópicas por fontes e de remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa em seu território.
Esta reportagem contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação).
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