Cidade ganha mais uma área verde, o Parque Linear Aristocrata, na região do Grajaú, que nasce como um símbolo de combate ao racismo

O 112º parque da cidade é uma opção de lazer e tem ainda campo de futebol, área verde e de exercícios

A região do Grajaú, na zona Sul, recebe nesta quarta (27) o 112º parque da capital: o Parque Linear Aristocrata. A entrega foi feita pelo prefeito Ricardo Nunes, durante o encontro Prefeitura Presente, em Capela do Socorro. Foram investidos R$ 7,7 milhões em mais uma área verde que, além de uma opção de lazer com campo de futebol e diversos equipamentos, traz um resgate histórico em defesa da igualdade racial.

“Entregar esse espaço para jovens, idosos, homens, mulheres e, principalmente, para nossas crianças, porque temos uma responsabilidade ainda maior. Esse parque tem uma simbologia muito positiva e vou fazer um busto em homenagem ao Mussum, simbolizando a luta contra o racismo”, disse o prefeito Ricardo Nunes.

O local abrigava um expressivo símbolo de resistência ao racismo na década de 1960, o Aristocrata Clube, formado por médicos, advogados, oficiais de justiça e pequenos empresários negros. Em 1990, com a redução de sócios, o clube entrou em decadência e a área sofreu sucessivas ocupações irregulares.

O prefeito anunciou que vai desapropriar uma área de mata próxima ao local para ampliar o parque. “Teremos um espaço para preservar o verde, ter um local para fazer suas atividades, trazer a família. E tudo isso num equipamento bem montado e de qualidade”.

“Esse parque é muito especial. Com ele, vamos melhorar o entorno, dar qualidade, sustentabilidade, com uma área de lazer para crianças e idosos. Até o final de 2024 vamos entregar cinco novos parques”, afirmou o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ravena.

Estrutura completa

A infraestrutura do parque garante aos visitantes espaço para caminhadas na pista, parquinho, redário, área de exercícios com aparelhos de ginástica, anfiteatro com edifício de apoio, deck e área de sol, quiosque e espaço de pomar. A quadra poliesportiva foi mantida no mesmo local, com o objetivo de preservar as referências históricas.

O campo de futebol passou por obras de drenagem e recobrimento de grama natural, além de execução de alambrado e instalação de redes de proteção. Um vestiário também foi construído para garantir mais estrutura para os atletas. Um painel, em uma das paredes da sede administrativa, reproduz imagens da época do clube.O projeto ainda faz alusão à antiga piscina do Aristocrata Clube, reproduzindo o espaço com um deck.

Moradores da região estavam animados com o novo espaço. Maria de Lourdes Santana da Silva, 46 anos, conta que o local havia sido tomado pelo mato e era muito perigoso e, que agora, o local se transformou. “É de extrema importância para as crianças terem uma ocupação, poder brincar e jogar futebol".

A dona de casa Daniela Lima, 30 anos, ressalta que o parque é mais uma opção de divertimento para o filho Davi, 3 anos. “A gente ama parque, vamos vir sempre”

Natureza exuberante

A área verde também se destaca. São 20 espécies de plantas vasculares e nove são nativas de São Paulo: jerivá, assa-peixe, ipomeia, tapiá-guaçu, cedro, cambuci, jaborandi e embaúba-branca. Há ainda uma infinidade de variedades como sibipiruna, tipuana, falsa-seringueira, eucalipto, mangueira, picão-branco, botão-de-ouro, bananeira, pau-d’água, mamona, leucena e nespereira.

São registrados 37 animais silvestres, 36 espécies de aves e um primata, o sagui. Entre os pássaros observados destacam-se dois endêmicos, com distribuição restrita à Mata Atlântica, o chamativo pica-pau-de-cabeça-amarela e o tímido pichororé. Estão presentes ainda visitantes, com hábitos migratórios, vistos somente na primavera e verão, como o suiriri, a peitica e o caneleiro.

O parque também conta com a presença do papagaio-verdadeiro, o periquitão-maracanã e o pequenino tuim. É um local de reprodução do popular carcará, um dos maiores falcões, que constroem seus ninhos no alto das copas das árvores. Bandos de bico-de-lacre também podem ser vistos se alimentando de sementes de capins que crescem espontaneamente.

As obras começaram em julho de 2021 e foram utilizados recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) e do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI). O parque fica na Rua Cultura Popular x Travessa Particular, Jardim Lucélia.

 

A reportagem contempla o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 15 (vida sobre a terra). 

 

 

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