Representantes da SVMA viajam à Dinamarca para participar do Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2023

Encontro no país europeu abordou sobre como a arquitetura influencia os 17 ODSs

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), representada pela Chefe de Gabinete, Tamires Oliveira, e pela Diretora da Divisão de Implantação, Projetos e Obras, Isabella Armentano, foi à Copenhague, Dinamarca, para participar do Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2023, ocorrido entre os dias 3 e 6/7. Durante a convenção foi discutido como projetos inovadores e sustentáveis podem impactar positivamente as cidades, contemplando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Este evento ocorre a cada três anos e tem como meta reunir os maiores nomes da arquitetura mundial para debater e trocar experiências sobre o assunto, trazendo também contribuições para o campo científico, de negócios e políticas públicas. A edição deste ano contou com mais de 250 palestrantes e 6000 participantes, 135 países, 240 horas de conteúdo, 15 pistas paralelas, mais de 110 sessões, aproximadamente 14 passeios arquitetônicos e por fim cerca de 50 eventos simultâneos.

O tema central foi "Sustainable futures leave no one behind" (Futuros sustentáveis não deixam ninguém para trás) e seis assuntos principais foram debatidos: adaptação climática, recursos, comunidades resilientes, saúde, inclusão e parcerias. Além disso, tratou sobre como desenhar e planejar as cidades frente aos desafios atuais.

“Bons projetos arquitetônicos são importantíssimos para as cidades, sobretudo para termos espaços públicos de qualidade para a população, inclusive determinando a redução dos impactos causados ao meio ambiente. A participação no congresso ampliou nosso repertório e com certeza irá auxiliar na elaboração de projetos e planejamentos ambientais para poder transformar São Paulo em uma cidade cada vez mais sustentável”, relata Tamires Oliveira.

O Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2023 destaca dez lições do evento:

  1. Dignidade e capacidade de atuação para todas as pessoas é fundamental na arquitetura, não há beleza na exclusão.
  2. Quando se constrói, planeja e desenvolve um ambiente, pessoas com risco de serem deixadas para trás devem ser priorizadas.
  3. Estruturas já existentes devem sempre ser reutilizadas.
  4. Nenhum plano de desenvolvimento deve apagar áreas verdes.
  5. Ecossistemas naturais e a produção de alimentos devem ser garantidos independentemente do contexto da obra.
  6. Nenhum recurso mineral puro deve ser usado em construções quando a reutilização for possível.
  7. Nenhum resíduo produzido deve ser deixado para trás na construção.
  8. Ao adquirir insumos para construção, priorizar materiais locais e renováveis. 
  9. Em tudo o que construímos, a captura de carbono deve exceder a pegada de carbono.
  10. Ao desenvolver, planejar e construir, toda atividade deve ter impacto positivo nos ecossistemas hídricos e nas fontes de água limpa.

Inspirado na publicação feita pela União Internacional dos Arquitetos (UIA), que coordenou o primeiro guia internacional com projetos arquitetônicos vinculados aos 17 ODS, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), selecionou três projetos da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) para compor o “Guia IAB para a Agenda 2030”.

Confira três projetos arquitetônicos da SVMA reconhecidos pelo “Guia IAB para a Agenda 2030”:

Sede Administrativa PNM Fazenda do Carmo

A obra da Sede Administrativa do Parque Natural Fazenda do Carmo está relacionada com o ODS 13 (combate às alterações climáticas). Sua estrutura visa contribuir com melhorias ambientais e sustentáveis, o esgoto é tratado por um sistema conhecido como “wetland” (constitui-se de lagoas ou canais artificiais rasos, que abrigam plantas aquáticas) e um círculo de bananeiras, e as calhas compõem um sistema de captação das águas pluviais. É utilizado também um sistema de painéis solares fotovoltaicos como fonte de energia limpa e os espaços interiores foram projetados para garantir uma maior ventilação transversal e um melhor aproveitamento da luz natural.

Parque Nair Bello

A obra do Parque Nair Belo também se relaciona com o ODS 13 (combate às alterações climáticas). Ela considera a preservação do remanescente florestal, o enriquecimento arbóreo com vegetação ameaçada de extinção e também nativa, cria espaços de lazer e requalifica os já existentes do bairro, privilegiando os visuais da área como um todo. O projeto de plantio foi concebido para enriquecer as áreas vegetadas com espécies nativas e ameaçadas de extinção.

Sistema de tratamento de efluentes do CeMaCas

O sistema de tratamento de efluentes do Centro de Manejo e Conservação de Espécies (CeMaCas) representa o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 (água e saneamento). O projeto foi criado para tratar os efluentes do hospital veterinário do CeMaCas, localizado no Parque Anhanguera, e como essa área não possui uma rede pública de esgoto, foi necessária a construção de um sistema que tratasse os efluentes no próprio local, com o auxílio de plantas palustres, que se desenvolvem em solos encharcados.

“Essas são experiências de projetos públicos, desenvolvidos na SVMA, que demonstram algumas possibilidades de aproveitamento de recursos naturais. Aprendemos, diariamente, com a viabilização desses projetos e, sobretudo, com as leituras que fazemos após suas implementações e durante seus usos. Diante das complexidades e dos desafios que a cidade de São Paulo apresenta, a troca de conhecimentos com especialistas de todo o mundo nos ajuda a refletir sobre a nossa prática e a pensar em mais ações relacionadas ao tema”, afirma Isabella Armentano.

 

Essa reportagem contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 (água limpa e saneamento), 13 (combate às alterações climáticas) e 17 (parceria em prol das metas).  

 

 

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