Conservar o solo e plantar árvores são estratégias para enfrentar as mudanças climáticas

SVMA atua no plantio e no aumento de matéria orgânica para melhoria do solo e retenção de gás carbônico

A boa relação do clima com o solo – quando rico em nutrientes e permeável – é a garantia de estocar gás carbônico e contribuir para que o efeito estufa não cause maiores problemas para a nossa biodiversidade. O solo é um local importante com sua vegetação e matéria orgânica. Quando há muitas árvores, em especial em florestas e parques, a árvore captura o carbono da atmosfera e a qualidade do ar fica melhor. Além disso, um solo bem estruturado contribui para a vida dos animais que vivem nele e consequentemente dos vegetais que se beneficiam com as melhorias geradas pela diversidade de microorganismos.

É na parte marrom, no tronco das árvores, onde a planta mais guarda o carbono, que fortifica e ajuda no seu crescimento e desenvolvimento. Ou seja, quanto maior o tronco, maior a reserva de “gás carbônico” e assim sendo, esse estoque de polímeros do elemento carbono ajuda a limpar a atmosfera.

O solo deve ser utilizado como um grande receptor das plantas e será melhorado em termos de nutrientes à medida que as relações dos microorganismos e vegetais permitam que árvores maiores e mais densas se estabeleçam, como as de “madeira de lei”, tais como jequitibás, jacarandás, jatobás e sapucaias – sendo que estas possuem uma capacidade de capturar e armazenar mais carbono que outras espécies. De qualquer forma, toda árvore irá capturar o carbono na atmosfera enquanto estiver crescendo e armazenando este elemento em seus troncos.

O grande desafio em conservar o solo no mundo de hoje, com o aumento de eventos extremos causados pela emissão de gases do efeito estufa, é mudar a mentalidade das pessoas, em especial as de quem tomam decisões, pois elas precisam colocar as questões climáticas e ambientais como prioritárias para, por exemplo, viabilizar um empreendimento.

Empreendimentos que, entre outras medidas sustentáveis, usam energia solar, materiais reciclados em sua própria construção, tratamento de água servida e sua reutilização integral são efetivamente mais caros, porém, os ganhos ambientais justificam o seu emprego. É cada vez mais comum períodos com muita chuva e também de estiagem porque o mundo contemporâneo não se preparou para crescer de modo sustentável – o que obriga agora serem tomadas atitudes incisivas para a própria preservação de nosso ecossistema. É preciso um planejamento urbano, com mais parques e incrementos de florestas para impedir o acúmulo de gás carbônico na atmosfera e assim evitar o efeito estufa que podem provocar incêndios espontâneos nos biomas. Além é claro das queimadas irresponsáveis e também da soltura de balões nas periferias e zonas rurais do entorno das cidades que também provocam incêndios que geram mais gases nocivos e mais mudanças climáticas num ciclo destrutivo do solo e gerando mais e mais poluição na atmosfera.

A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para que as decisões globais levem em conta a questão do clima. Com os eventos extremos em abundância, urge a necessidade do uso racional dos recursos naturais e de transformações ecológicas na sociedade, com a formação de ecovilas, produções agroecológicas, mais espaços de contato com a natureza, de bem-estar e de qualidade de vida.

O solo precisa estar apto para ser um equalizador das mudanças, não só do clima, mas da biodiversidade. Ar, solo e água estão interligados e precisam ser percebidos e fazer parte do planejamento e das ações. O efeito estufa e o aquecimento global são os fatores mais preocupantes e que põem em risco a existência de vida no planeta.

Todo indivíduo pode também contribuir em suas residências para manter um solo permeável e saudável. Quanto mais se plantar árvores, mais carbono será capturado da atmosfera e as mudanças climáticas se tornarão mais lentas e freadas. A política de habitação precisa levar em conta este fator, de não haver construção em encostas e as edificações serem ecológicas e sustentáveis. Nos quintais e áreas verdes das casas, prédios e condomínios, recomendam-se o plantio de árvores frutíferas e ornamentais, como goiabeira, romã, jabuticabeira, palmeiras, ipês, ingás, bananeiras e palmito-jussara (espécie da Mata Atlântica e símbolo da conservação). Assim, além de frutas, também se pode formar um pequeno sistema agroflorestal em pequenos espaços. Com um pensamento e ações integradas é possível formar um solo saudável, sendo que se constatou cientificamente que as plantas se comunicam por meio de microorganismos que transitam entre as raízes, beneficiando umas às outras e gerando um bom desenvolvimento das árvores e de todas as plantas que vivem naquele micro-ecossistema.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente realiza plantios de árvores diariamente em todas as regiões da cidade, também por termos de ajustamento de conduta (TACs) e de compensação ambiental (TCAs). O plantio com o aumento de matéria orgânica e melhoria do solo possibilita a germinação de sementes transportadas por aves proporcionando um incremento florestal natural e sem custos, principalmente em grandes áreas e nos Parques Naturais Municipais, que comportam plantios extensos e com alta diversidade de espécies, inclusive as árvores enormes que contribuem deveras para a captura dos gases do efeito estufa, gases estes que promovem as mudanças climáticas geradora das grandes catástrofes como enchentes, secas, deslizamentos de terra, incêndios, ciclones, etc.

A população pode pedir mudas de árvores para plantar em São Paulo, tanto nos quintais quanto nas calçadas, por meio do portal 156. O Viveiro Manequinho Lopes trabalha em média por mês com 10 mil mudas de espécies nativas, a maioria da Mata Atlântica. Outra possibilidade é o munícipe entrar em contato com a Subprefeitura de sua região para verificar a viabilidade de plantar uma árvore na calçada na frente de seu imóvel.