Os frágeis gambás pedem socorro


Este é o período mais intenso de procriação de animais silvestres, como o gambá. O pequeno da foto, batizado na SVMA como Alfredinho, é um dos filhotes atendidos, que precisa mais de compreensão do que de ajuda. Na verdade, esse mamífero é um marsupial, ou seja, após o nascimento, continua sua formação dentro da bolsa da mamãe (marsúpio), como os cangurus.

Isso quer dizer que ele ainda não está totalmente “formado” após nascer: a maior parte do seu desenvolvimento é feita dentro do marsúpio, e dependem muito das mamães para sobreviver. É dela que ele recebe não só o leite, mas outros estímulos fisiológicos essenciais para essa etapa de sua vida.

Outra informação importantíssima, relacionada à falta de conhecimento das pessoas: o gambá brasileiro não tem nada a ver com os seus parentes distantes, que exalam cheiros fortes – um recurso para afastar predadores. Os nossos amigos gambás são inclusive aliados, pois se alimentam de baratas, cobras e até de carrapatos! Também se alimentam de sementes, sendo excelentes plantadores da cidade.

A mamãe, por outro lado, corre alguns riscos: quando está com os filhotes (em média, 8 a 12 por ninhada) ainda no ventre, não consegue fazer movimentos ágeis e, na hora de atravessar uma rua, dificilmente corre e escapa de um atropelamento. Por isso, se você estiver dirigindo em área próxima de preservação, fique atento para não atropelar a mãe e os filhotes.


Encontrei um filhote sozinho. E agora?

Bem, assim como o Alfredinho, a imensa maioria dos jovens gambás não consegue permanecer o tempo todo na mãe e pode se perder da família (cerca de 2/3 deles se perdem!). Se essa perda ocorre enquanto o filhote não completou sua formação (ou seja, dependia da bolsa da mãe para sobreviver), raramente ele sobrevive.

Os filhotes mais desenvolvidos como o Alfredinho conseguem sobreviver. Se você encontrar um primo ou parente próximo do Alfredinho, totalmente perdido e sem família, apenas tente mantê-lo aquecido enquanto o leva para a Divisão de Fauna da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Lá eles serão atendidos no Berçário e permanecerão em tratamento até poderem voltar à natureza.