Nosso cartão postal completa 64 anos

 
São Paulo tem diversos marcos que já se tornaram cartão postal – pontes, museus e até avenidas. Poucos, porém, são tão democráticos quanto o Ibirapuera, que aos 64 anos recebe “paulistanos de todo o país” para as mais variadas atividades de lazer (confira AQUI a programação de aniversário do parque). As áreas gramadas, a vista para os dois lagos, a romântica ponte e seus equipamentos transformam o parque em um oásis de tranquilidade em meio a uma São Paulo sempre agitada.

Do esporte (pista de Cooper, ciclofaixa, quadras poliesportivas, campos de futebol, aparelhos de ginástica) aos equipamentos culturais (teatro, museus, oficinas); da ciência (escola de astrofísica, planetário) à educação ambiental (UMAPAZ); das aves às árvores. Tudo parece conviver em harmonia com o homem. O Ibira, como é carinhosamente chamado, mostra sua resistência em sobreviver, mesmo quando uns poucos não se esforçam tanto assim em conservá-lo adequadamente.

Mas a sua história é anterior ao próprio IV Centenário. O projeto foi concebido pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello, Ícaro de Castro Mello, além do paisagista Augusto Teixeira Mendes, ocuparia uma região bastante alagada – aliás, o nome do bairro, em tupi, significa pau podre, ou árvore apodrecida. Mas a ideia era muito mais antiga...

Já em 1890, quando o governo federal “deu” as terras ao município, a área ficou bom tempo apenas como brejo – porque era só o que havia ali. As terras só foram reconhecidas como território municipal em 1916, quando o prefeito Washington Luís loteou o entorno para valorizar seu entorno, fazendo nascer o bairro do Jardim Lusitânia. O prefeito José Pires do Rio viu ali a necessidade de substituir o brejo por um parque, objetivando a “higiene da comunidade”.

Foi assim que boa parte das terras foi incorporada ao projeto, culminando com uma troca de terrenos em 1927 que praticamente criou o parque. A instalação do viveiro de plantas e do plantio dos primeiros pinheiros, por volta de 1928, iniciou a reforma urbanística, principalmente de drenagem, para sua construção.

Destino certo
Essa ocupação democrática faz do espaço um dos destinos turísticos mais procurados – tanto pela população mundial, quanto nacional, em visita a São Paulo. O paulistano tem motivos de sobra para amar o parque nº 1 porque, além da área verde, o espaço soma cultura e lazer. Confira o que encontrar no Ibirapuera:

Viveiro Manequinho Lopes – produz mudas de espécies ornamentais herbáceas, arbustivas, trepadeiras, de interior e plantas medicinais para uso no município, além de receber e distribuir mudas de árvores usadas nos programas de arborização urbana.

Herbário Municipal – possui um grande acervo de plantas identificadas e catalogadas, sendo fonte valiosa para fins de pesquisa. As mais de 12.000 espécies estão prensadas e secas, o que as mantém conservadas por muitos anos.
Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) – é responsável pela educação ambiental da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, com o propósito de realizar a difusão da educação socioambiental.

Planetário Prof. Aristóteles Orsini - Primeiro planetário construído no Brasil, o prédio é importante patrimônio histórico, científico e cultural, abrigando regularmente sessões abertas ao público. Por seu viés de educação científica, é um equipamento da UMAPAZ.

Escola Municipal de Astrofísica – assim como o Planetário, também pertence à UMAPAZ, ofertando cursos e palestras de níveis variados, destinados ao público que deseja ampliar seus conhecimentos no campo da astronomia.

Escola Municipal de Jardinagem – esta outra ferramenta da UMAPAZ oferece cursos, palestras e oficinas destinados ao público que deseja ampliar seus conhecimentos na área de jardinagem. Abriga também o Programa de Atendimento às Plantas, com o propósito de auxiliar os munícipes a respeito de como cuidar das plantas.

Divisão de Fauna – a Unidade de Atendimento e Manejo à Fauna Silvestre atende no Ibirapuera para a recepção de animais silvestres em situação de risco. Os animais são então encaminhados para o CeMaCAS, que atua em sua recuperação, para posterior soltura ou devolução à área de origem do animal.

Espaços pertencentes a outras Secretarias Municipais:
Auditório Ibirapuera - projetado por Oscar Niemeyer, o local abriga diversos shows e espetáculos para plateias internas e externas. Abriga ainda uma escola que oferece aulas de música.

Bosque da Leitura – o serviço ocorre em outros parques e está vinculado ao Sistema Municipal de Bibliotecas. Em um ambiente cultural que incentiva a leitura e o acesso à informação, dispõe de acervo de literatura e informação e recebe doações de revistas, quadrinhos, mangás e gibis.

Fundação Bienal - criada na década de 50, a fundação tem como sede um pavilhão emblemático projetado por Oscar Niemeyer, e abriga anualmente exposições de arte e outros eventos de grande porte.

Museu Afro Brasil - o museu destaca a perspectiva africana na formação do patrimônio, identidade e cultura brasileira, celebrando a Memória, História e a Arte Brasileira e a Afro Brasileira

Museu de Arte Moderna (MAM) - Sua coleção contém mais de 5 mil obras produzidas pelos nomes mais representativos da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Abriga ainda uma grande gama de atividades, como cursos, palestras e performances.

OCA – Pavilhão Lucas Nogueira Garcez – esta obra de Oscar Niemeyer possui uma estrutura peculiar e recebe diversas exposições e instalações durante todo o ano. No passado, chegou a abrigar o Museu da Aeronáutica de São Paulo e o Museu do Folclore.

Pavilhão das Culturas Brasileiras - trata-se de um espaço de exposição e centro de referência e pesquisa voltado para a proteção e divulgação da diversidade cultural brasileira

Pavilhão Japonês - inspirado no Palácio Katsura, em Quioto, o espaço promove a memória e as remete às tradições da cultura japonesa, com exposições e shows temáticos.

CECCO – o equipamento, pertencente à Secretaria Municipal da Saúde e presente também em outros parques, oferece ações de caráter cultural, educativo e de saúde para promover a criatividade, a solidariedade e a interação entre os participantes.