Mudanças são bem-vindas, quando feitas a partir da base e com amplo diálogo. Essa foi a premissa para a atual etapa de planejamento da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), cuja principal demanda será equalizar um processo de restruturação. O resultado da pesquisa “Fala Servidor”, realizada recentemente pela Prefeitura junto aos seus funcionários, foi o ponto de partida do trabalho, já que os servidores da SVMA definiram orgulhar-se de atuar na pasta.

Esse conjunto de situações foi levado à Escola Municipal de Administração Pública de São Paulo (EMASP), que desenvolveu uma vivência totalmente customizada. O trabalho previu quatro encontros envolvendo o corpo diretivo da SVMA, num processo de sensibilização, integração, melhoria dos processos internos e fluência de comunicação. Concluída a etapa, eles estariam aptos a duplicar essa experiência aos integrantes de suas equipes.

Segundo o diretor da EMASP, Humberto Luís Braga Alves Mendes, esse “orgulho” de trabalhar na SVMA definiu a dinâmica do primeiro dia de evento, em 20 de fevereiro. No encontro de 1º de março, foi traçado um diagnóstico e situação real da SVMA, além da construção coletiva de sua Missão, Visão, Valores e Objetivos. No dia 8 de março, foi avaliada a atual estrutura da pasta e proposta de construção coletiva de “uma nova SVMA”. Durante o quarto e último encontro, em 16 de março, esse mesmo coletivo analisará as sugestões propostas e seus encaminhamentos estratégicos.

 

Transformação Para o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro, o maior obstáculo a ser vencido em um processo de mudança é a cultura dominante na organização. “Por mais conscientes que as pessoas estejam sobre essa necessidade, resistirão porque estão aculturadas ao modelo dominante”, exemplifica. Castro lembra que cultura é resultado de um modelo mental – e, portanto, não bastam alterações estruturais. “É preciso transformar a mente das pessoas. Por isso, todo plano de reestruturação organizacional precisa conter uma estratégia de transformação cultural”. Por conta dessa necessidade, o titular da SVMA lembra que muitas vidas são  sacrificadas  em um processo de reestruturação. “Esse é um dos motivos pelos quais os planos dessa envergadura são mal vistos e mal falados”, pondera Castro. “Na contramão desse olhar crítico, a EMASP está de parabéns pela iniciativa de alinhar junto à SVMA encontros com a finalidade precípua de sensibilizar o servidor quanto á efetiva necessidade de equalizar um processo interno de reestruturação”, avalia.

SVMA sem muros
“O que queremos é derrubar paredes, em vez de construir muros”, resumiu o secretário adjunto, Ricardo Viegas. O trabalho tem, assim, a missão de resgatar esse orgulho pelo local de trabalho e o consequente comprometimento com mudanças e alcance dos objetivos traçados. “Nosso objetivo não foi reunir essas pessoas para tecer críticas, mas para construir uma reestruturação que não fique só no papel. Queremos ver pessoas felizes em seu trabalho”, avalia o chefe de gabinete, Rodrigo Ravena.

O esperado é que esse novo desenho da SVMA evidencie produtos, entregas e procedimentos definidos. “Não é uma reestruturação no papel, de cima para baixo, mas uma reflexão do coletivo sobre as melhores práticas. Se a equipe não estiver motivada e não entender o que a administração quer, e se a administração não entender o que eles querem, não vai funcionar”, complementa Ravena.

Participação
“Foi uma iniciativa muito boa, de reunir pessoas que não se conhecem em uma secretaria cujo histórico é de pouco diálogo entre departamentos. Pudemos ouvir os colegas e refletir sobre nosso papel em relação à SVMA. O saldo foi positivo, também com o desempenho profissional da EMASP, que proporcionou um ambiente amigável”. Rosélia Mikie Ikeda, diretora do Departamento de Planejamento Ambiental (DEPLAN).

“Acho muito válida toda essa discussão para um momento de transformação da Secretaria, com a participação de todos, desde os gestores do Gabinete e diretores até os integrantes de todos os departamentos, escutando todos e respeitar suas experiências e qualificações”. Fábio Iório, diretor do Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE).
“Além de motivadora, essa vivência permitiu melhor entendimento da Secretaria, de forma a propormos melhores soluções para atender aos anseios da população. Foi também esclarecedor, pelo menos para mim, que vim de fora”. Clara Prata, diretora do Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (DECONT).

“Sensacional. Está me servido de bagagem para meu currículo e inovação no meu dia a dia. espero contribuir mais e dedicar o máximo para que seja satisfatório. Ontem fizemos reunião com as lideranças de DGDs, entre amas e diretores, no CO 2, com a participação do adjunto e Ravena. Trocaram uma ideia e falaram que isso é para o bem dos funcionários, pois eles estão de passagem (diretoria), mas o legado fica.” Álvaro Salgueiro, diretor do Departamento de Gestão Descentralizada (DGD).

“Foi muito válido. É importante essa interação entre todos os departamentos, e que se estabeleça essa comunicação entre todas as pessoas” Mauro Przewozinski, diretor da Câmara Técnica de Compensação Ambiental (CTCA)

O evento mostrou a preocupação do Gabinete de integrar toda a Secretaria, de ouvir todos os departamentos. Após ouvir os diretores, todos serão chamados para o debate. É um movimento bem democrático, que nunca vi antes na Prefeitura. Muito legal essa iniciativa”. Oscar Ziroldo de Souza, diretor da Assessoria Jurídica.

“Excelente a iniciativa, até para nos integrarmos, pois há muita distância entre os diretores. O mais gratificante é saber que o gabinete está pensando de uma maneira diferenciada de gestão, entendendo que as pessoas passam, mas os processos continuam”. Meire Abreu, diretora da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ).

“Foi importante para traçar as diretrizes da SVMA nos departamentos, na organização e na fluidez de processos, traçando um norte para cada setor”. Devair Paulo de Andrade, diretor do Departamento de Fomento às Políticas Públicas (DPP).

“A orientação dada foi muito boa; está sendo feita uma coisa inédita, partindo de um consenso dos funcionários, não como era feito, como descobrir uma restruturação publicada no diário oficial. Ninguém opinava ou sugeria”. Aristides de Medeiros, diretor do Departamento de Administração e Finanças (DAF).

“Tivemos a oportunidade de refletir, compartilhar ideias, experiências e vivências sobre a gestão da secretaria que tem a missão de formular políticas públicas que garantam a sustentabilidade dos recursos naturais na cidade de São Paulo. O desafio da equipe é envolver pessoas em todos os níveis organizacionais. Com o grupo mais próximo e alinhado é mais fácil planejar as ações e cumprir as metas. Agora é foco na missão!” Nubia Lentz, diretora de Comunicação.