Neste fim de semana, os parques Ibirapuera e Carmo promovem uma observação noturna especial, realizada com a instalação de telescópio na parte externa dos respectivos planetários. O objetivo é prestar uma última homenagem à Missão Cassini, e ao mesmo tempo conhecer boa parte das últimas funções do equipamento por Saturno. Pelo telescópio, os visitantes poderão enxergar o planeta Saturno, seus anéis e sua lua mais brilhante, Titã. A programação acontece no Parque Ibirapuera nesta sexta (15) e no Parque do Carmo no sábado (16). Há boa previsão de visibilidade, segundo os técnicos dos dois planetários.

O evento aberto ao público marca o encerramento da missão da Sonda Cassini, lançada há 20 anos pela NASA a partir de uma missão não tripulada, o satélite Cassini-Huygens, lançada em 15 de outubro de 1997. Ela passou por Vênus e Júpiter até chegar a Saturno e suas luas. A espaçonave é composta por um orbitador e um aterrisador e ganhou o nome em homenagem a dois precursores da astronomia: o italiano Giovanni Cassini (1625-1712) e o holandês Christiaan Huygens (1629-1695). Após encerrar suas funções, provavelmente o equipamento permanecerá perdido na atmosfera do último planeta que conseguiu atingir e registrar.

Imagens especiais
O satélite registrou imagens de chuvas, rios e lagos em Titã, a maior lua de Saturno, e fotografou luas até então desconhecidas entre os anéis de gelo do planeta. Também apontou, pela primeira vez, a chance real de que a lua Encélado, o sexto maior satélite de Saturno, pode sustentar micróbios em seus oceanos subterrâneos. A NASA transmitirá as operações finais dessa operação no dia 15 (sexta), às 8h (hora de Brasília), diretamente de seu Laboratório de Propulsão, em Pasadena (o link é http://www.nasa.gov/live)

Nos últimos 407 anos, a humanidade passou por uma revolução incrível no campo da Astrofísica e, através de instrumentos ópticos, conseguiu dar visibilidade às luas de Júpiter, aos anéis de Saturno, às fases de Mercúrio e Vênus. O homem conhece um pouco melhor os planetas do sistema solar, incluindo os planetas anões Plutão e Ceres, além de um cometa.

A observação do céu é um ato comum ao homem desde os primórdios de nossa cultura. Os antigos construíam calendários utilizando rochas de todo tipo, demonstrando clara atenção aos movimentos dos astros. Stonehenge e as principais pirâmides do Egito são exemplos de construções humanas que atestam, no mínimo, o quanto já se observava o céu, há mais de três milênios. A visita ao Planetário resgata esse sentido – quase o instinto de sobrevivência do homem em relação ao universo – e o coloca na sua condição menor de, apenas, mero espectador da natureza.

Serviço:
OBSERVAÇÃO NOTURNA
15/09 – das 18h30 às 21h – Parque Ibirapuera, próximo ao Planetário Prof. Aristóteles Orsini
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – portão 10 – Ibirapuera.

16/09 – das 18h30 às 21h – Parque do Carmo – próximo ao Planetário Prof. Acácio Riberi
Rua John Speers, 137 – Itaquera.