Viveiro do Ibirapuera será reformado pela iniciativa privada

Parceria é firmada para obras de restauro nas estufas e estufins e está entre as medidas da Prefeitura que visam amenizar os gastos públicos.

 Instalado no Parque Ibirapuera, o Viveiro Manequinho Lopes será reformado pela empresa Flora, atuante nas áreas de cosméticos e de higiene . As obras incluem a reforma das estufas e dos estufins, com um custo de R$ 1.250.000,00. Esta é mais uma iniciativa realizada entre a Prefeitura de São Paulo, por meio da secretaria do Verde e do Meio Ambiente, e a iniciativa privada para a melhora de um bem público municipal. A iniciativa partiu da empresa Flora e a Prefeitura abriu um chamamento público para dar oportunidade a outras empresas que poderiam manifestar interesse em realizar o mesmo projeto.

O Viveiro Manequinho Lopes é gerido atualmente pela Divisão Técnica de Produção e Arborização (DEPAVE-2). Sua principal função é produzir e fornecer mudas de plantas destinadas ao plantio realizado nas áreas públicas municipais (parques, prefeituras regionais, escolas e demais unidades da PMSP). Ele também promove a arborização e o ajardinamento de áreas da municipalidade e desenvolve pesquisa e experimentação para o aprimoramento da produção. O espaço que ele ocupa é de 48 mil m², o equivalente a 3% de todo o território do Parque Ibirapuera.

Sua produção média mensal é de 67.000 mudas ornamentais, distribuídas em 10 estufas que absorvem o calor proveniente do sol e o mantêm condicionado em seu interior, além de protegerem as espécies das intempéries. Como a temperatura interna é controlada, as estufas permitem o desenvolvimento das plantas após a semeadura para que se desenvolvam até atingirem condições de ir para o campo. Há, ainda, 97 estufins (canteiros suspensos), três telados de sombreamento e 39 quadras para matrizes e estoque de mudas.

Em abril, o viveiro Manequinho Lopes apresentou um estoque de 8.490 mudas, dentre mais de 60 espécies. Algumas delas podem ser encontradas em maior número, como a Cereja do Rio Grande (Eugenia involucrata), com 1047 unidades, enquanto outras são mais raras, como a Aroeira-salsa (Schinus molle), com apenas 10 unidades.

Estão em seu catálogo as herbáceas (ervas ou plantas de caule macio ou maleável, normalmente rasteiro, sem a presença de lignina, o que facilita seu corte apenas com a unha) – e as arbustivas (plantas lenhosas ou semilenhosas, cujo caule é ramificado desde a base, não havendo, portanto, um tronco indiviso como nas árvores).

Doações
A doação de mudas está prevista em lei (artigo 112, inciso I do Decreto nº 46.886, de 04 de janeiro de 2006) e se refere apenas a mudas arbóreas para calçadas e áreas particulares desde que dentro do município. Os interessados devem apresentar RG ou CNH e IPTU (ou documento de isenção do IPTU), área total disponível, fotos e planta.

Os técnicos avaliam as condições, como a metragem permeável, a presença de outras árvores ou vegetação e postes e disponibilizam as espécies mais adequadas, considerando o perfil da área e também as mudas em estoque. São liberadas até cinco unidades por munícipe, que se responsabiliza pelo transporte adequado (veículo aberto) e plantio. Para condomínios também são exigidas carta do síndico autorizando o plantio e cópia da ata que o elegeu. As mudas são retiradas de segunda a sexta, das 8h às 15h.

História

Entomologista formado na Alemanha, Manoel Lopes de Oliveira Filho (1872-1938) iniciou sua carreira no Instituto Biológico de São Paulo, e logo se tornou um especialista na erradicação de pragas em diversos tipos de plantações. Também assinava uma coluna para o jornal O Estado de S. Paulo, usando apenas o codinome Oliveira Filho, e por muitos anos auxiliou agricultores com suas orientações. Chegava a distribuir sementes aos leitores que escrevessem para o jornal, numa bem sucedida parceria com o Posto Zootécnico da Indústria Pastoril da cidade.

Sua forte dedicação pela preservação do meio ambiente o levou a assumir o cargo de diretor da Divisão de Matas, Parques e Jardins da Prefeitura de São Paulo – órgão que antecedeu a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Foi como diretor dessa divisão que Manequinho Lopes determinou a construção de um grande viveiro numa região cheia de charcos e córregos na Vila Clementino. Conhecida por "ypy-ra-ouêra" ("pau-podre", em tupi). Na área eram plantados eucaliptos, espécie de árvores capazes de absorver uma parte da umidade excessiva do solo.

Aos poucos, outras espécies foram levadas para o que, hoje, conhecemos como Parque Ibirapuera. Hoje suas alamedas são preenchidas por ipês, plátanos, magnólias, mudas de canela, tipuana, pau-brasil e pau-jacaré, entre outros. Em 1938, com a morte de seu idealizador, o viveiro foi batizado de Manequinho Lopes.

Por isso, Manequinho Lopes é considerado o “Pai do Ibirapuera”. O parque, nos moldes atuais, só foi entregue em 1954, durante as comemorações do aniversário de São Paulo. Em 1993, o viveiro passou por ação de restauração e recebeu de Burle Marx um novo projeto para valorizar o verde. Depois de revitalizado, foi devolvido à população, no dia 24 de maio de 1994.

Sobre a Flora – empresa parceira que assumirá a reforma do Viveiro

A Flora foi fundada em fevereiro de 1980 por José Batista Sobrinho como uma divisão de Higiene e Limpeza do grupo J&F Investimentos. Em 2007, a Flora SA tornou-se uma empresa independente dentro da holding e, quatro anos depois, expandiu seu portfólio, adquirindo as marcas de cosméticos OX, Francis, Hydratta, Neutrox, Kolene, Karina, Phytoderm e Protege. Na área de cuidados com a casa, adquiriu as marcas Assim, Mat Inset, No Inset, Boa Noite, Fluss, Brisa e Lavarte. Atualmente, a Flora possui 1500 colaboradores e é detentora de um portfólio com 17 marcas e cerca de 300 produtos.

SERVIÇO
VIVEIRO MANEQUINHO LOPES - PARQUE IBIRAPUERA
Av. IV Centenário, 1268 (Portão 7A)
Telefone: (11) 3887-6761
2ª a 6ª feira, das 8h às 17h (horário administrativo)
Retirada de mudas arbóreas: das 8h às 15h