CeMaCAS tem duas novas hóspedes

Fotos:ArquivoSVMA

Dois filhotes fêmeas de Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) aguardam um final feliz no Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS). O espaço de recuperação para animais silvestres pertence à Divisão de Fauna da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Elas chegaram em tempos diferentes, mas em fase de aleitamento. Os técnicos as alimentaram quatro vezes ao dia, com fórmula à base de leite de cabra. 


A primeira, que chegou ao CeMaCAS no dia 30 de março, foi encontrada em via pública da cidade de Santana de Parnaíba, sem problemas clínicos; a segunda, no dia 29 de junho, apresentava desnutrição, quando foi encontrada às margens da Rodovia Casemiro Teixeira, no município de Miracatu. A espécie é encontrada em extensa faixa da América do Sul, da Argentina até a região nordeste do Brasil. As pintas brancas indicam a idade: elas são perdidas na primeira muda de pelos, entre os dois e quatro meses de vida.

Embora tenham faixas etárias distintas e a chegada da mais jovem tenha coincidido com o desmame da mais velha, os técnicos do CeMaCAS optaram por deixá-las juntas, o que gerou maior conforto emocional aos animais órfãos. As duas interagem muito bem, embora os adultos sejam animais de hábitos solitários. Já o vínculo humano é uma etapa crucial para a sobrevivência dos animais silvestres: enquanto filhotes em lactação, dependem do aleitamento artificial.

Com o desmame e a gradativa inclusão da dieta complementar, também o contato humano é restrito ao máximo, para que o animal possa passar pela etapa de reabilitação e futura soltura. A mais velha já prefere permanecer escondida na vegetação, tendo acesso a frutos, gramíneas, folhas e leguminosas. Até atingir esse patamar, a mais jovem permanecerá dependente das mamadas diárias, preparadas pela bióloga Juliana Russo.