Mudanças Climáticas exigem adaptação das cidades


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“É preciso que todas as políticas públicas se ajustem às mudanças climáticas, para que sejam absorvidas e integradas ao dia a dia. Precisamos adaptar a cidade à questão, e não o contrário”. O conceito foi da convidada da 54ª reunião do Comitê de Mudanças Climáticas, professora Gabriela Di Giulio, doutora em Ambiente e Sociedade. O encontro aconteceu na sede da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), realizado na última terça (25).

A palestrante explicou o trabalho desenvolvido por ela e por outros docentes, o CIAdapta, que propõe a adaptação das cidades às questões ambientais a partir de suas políticas públicas. Dentre as cidades estudadas está São Paulo, cujos moradores têm a percepção de risco das mudanças climáticas. “Com um olhar míope, eles reconhecem e encaram o problema, mas não o colocam como questão prioritária do dia a dia”, afirma Gabriela. Segundo sua teoria, o poder público evita “catalogar” algumas iniciativas sob essa bandeira climática porque sabe que essa questão não está no rol de preocupações das pessoas.

Participação

Mais de 110 inscritos para participar dos oito grupos de trabalho mostraram o crescente envolvimento da sociedade civil. “A representatividade do Comitê não nos deixa como espectadores de uma catástrofe”, resume a Secretária Executiva do Comitê, Leda Aschermann. O que impressionou o secretário da SVMA, Gilberto Natalini, presidente do Comitê. “Ele tem se reunido com cada vez mais representatividade e estamos agindo de várias formas para colocar as questões ambientais na pauta”. Natalini falou do plantio, projeto de arborização que deve ultrapassar as cem mil mudas até o final de 2017, e das sucessivas ações para combater a ocupação ilegal.

Lembrando da dificuldade orçamentária da Prefeitura de São Paulo, o secretário citou a possibilidade de buscar parcerias para a viabilidade de projetos ambientais mais robustos, como a dos transportes. Antecipou que em breve será criada uma Divisão específica para cuidar das questões climáticas, e compartilhou sua angústia diante do crescente quadro de invasões em áreas de preservação. “Precisamos de ajuda do Estado, do Ibama e, principalmente, da comunidade, para não deixar acabar o verde que ainda nos resta”, reforçou.