Serpente não nativa é resgatada na Marginal Tietê

Foto:Divulgação

No último dia 26 de abril, os técnicos da Divisão de Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) se depararam com uma situação trágica, mas não rara. Uma serpente da espécie Leptodeira annulata, também conhecida como serpente-olho-de-gato, chegou morta ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres, o CeMaCAs, após ser resgatada por uma viatura da GCM Ambiental em um posto de gasolina, na Marginal Tiête.

A equipe de resgate foi acionada por um morador da região da Vila Guilherme, que encontrou o animal, ainda vivo, no posto de gasolina citado, perto da entrada da cidade. Biólogos e veterinários notaram que a espécie não é comum à fauna paulistana. Os técnicos acreditam que a provável realidade é que o animal tenha chegado à cidade de “carona”, escondido na carga de algum veículo (provavelmente um caminhão), vindo de região na qual é comum encontrar animais como esse.

O caso da serpente nos lembra que introduções de animais não nativos da região, acidentais ou propositais, têm se tornado cada vez mais comuns por aqui. A mudança de habitat dessas espécies é responsável por grande parte das mudanças ambientais que afetam todos nós. A serpente-olho-de-gato não é peçonhenta, pode atingir até 90 cm de comprimento e se alimenta de pequenos anfíbios e lagartos. Apesar da grande distribuição pelo território americano, dos Estados Unidos à Argentina, o animal nunca havia sido encontrado em São Paulo.

Não é a primeira vez que a Divisão de Fauna Silvestre recebe animais atípicos para a cidade. Recentemente, dois casos chamaram a atenção dos técnicos. O primeiro deles foi o de uma siriema (também conhecida como sariema ou seriema), encaminhada para atendimento veterinário; possivelmente, ela havia sido atropelada pelo veículo e ficou presa entre o pára-choque e uma das saídas de ar do veículo. O animal só foi notado pelo garagista, quando o carro chegou a São Paulo. O outro caso inusitado foi o de um lagarto entregue por um munícipe recém-chegado de Fernando de Noronha. Segundo o morador, o pequeno e ágil animal saiu de dentro de sua bagagem, assim que resolveu desfazer as malas, ao chegar a seu apartamento em São Paulo.

Animais como esses devem ser encaminhados, vivos ou mortos, ao CeMaCAs, que faz a necrópsia do animal para determinar a causa e realiza a correta identificação de espécie e registro. A medida contribui para a atividade de inventariamento de fauna na cidade. A Divisão de Fauna pode ser contatada pelo telefone (11) 3885-6669.