Papagaios de peito roxo atendidos pelo CeMaCaS são enviados para reabilitação e soltura na natureza, no Sul

Espécie encontra-se ameaçada de extinção

A equipe da Divisão de Fauna do Parque Anhanguera enviou ontem sete papagaio-de-peito-roxo adultos para reabilitação em Santa Catarina. O Centro conta com viveiros e equipamentos voltados especificamente para ao atendimento de animais silvestres voltados a soltura na natureza.


Um dos papagaios já se encontrava no CeMaCaS - Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres - e os outros seis foram trazidos de Ribeirão Preto, São José dos Campos e do Parque Ecológico do Tietê. Todos estavam em cativeiro. Como se trata de uma espécie social, todos foram reunidos em um só recinto com o intuito de realizar uma pré- adaptação, que envolveu análise de condições de saúde e anatômicas, como condição das asas.
O papagaio-de-peito-roxo Amazona vinacea encontra-se ameaçado de extinção. A perda de habitat, em função do desmatamento, e a coleta para abastecer o tráfico de animais silvestres foram os fatores que mais contribuíram para colocar essa espécie em risco.


O trabalho de recuperação das aves foi realizado em parceria com outras instituições, como o CRAS-PET (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – Parque Ecológico do Tietê), a UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) e Zoológico de Ribeirão Preto, que enviaram animais ao CeMaCAS para serem destinados ao Instituto Espaço Silvestre, localizado em Itajaí, Santa Catarina.


Seu transporte ao local ocorreu via terrestre. Cada indivíduo foi colocado em uma caixa de transporte com alimentos como frutas e sementes.


Chegando a Itajaí, os animais terminarão seu processo de reabilitação, para posteriormente serem soltos na natureza, mais especificamente no Parque Nacional das Araucárias, uma Unidade de Conservação (UC) criada em 2005, com o objetivo de preservação de remanescentes de florestas e de toda a biodiversidade naquela região de Santa Catarina. No passado, era comum avistar grupos de papagaios-de-peito-roxo sobrevoando as matas da região que hoje abriga o Parque Nacional das Araucárias, SC. Porém, as ações humanas, como desmatamento e captura de animais para o comércio ilegal, reduziram drasticamente o número dessas aves, que levou à extinção da espécie no local.


Seu nome remete à floresta de araucárias lá existente, espécie que integra a lista de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.
Por isso é considerado o local mais apropriado para receber essa espécie de papagaio, cujo principal alimento é o pinhão, sementes das araucárias.


Segundo Marcos Kawall, da Divisão de Fauna da SVMA, o processo de devolução dos papagaios envolveu várias esferas.


“Diversos órgãos de proteção e pesquisa atuaram em conjunto para atender e recuperar as aves, que estão entre as espécies vulneráveis. Foi feito todo um trabalho de acompanhamento para garantir que os papagaios-de-peito-roxo tenham as melhores condições para voltar ao seu habitat natural”, finaliza.