Instalada em uma das faces do edifício Santa Filomena, na Rua Amaral Gurgel, no bairro de Santa Cecilia, a carranca trouxe uma nova concepção visual à área marcada pelo concreto dos prédios próximos ao Elevado Costa e Silva.

Cores e flores substituíram o cinza em 640 metros quadrados de vegetação.

E os moradores já aprovam esse desenho diferente que tem origem antiga, pelo interior do Brasil.

Segundo referências em livros de Antonio Alves Câmara e Durval Vieira de Aguiar, as primeiras menções às carrancas datam de 1888. Eram usadas para personalizar embarcações. Com o tempo, a população ribeirinha passou a atribuir características místicas de afugentar maus espíritos às carrancas. E ainda tinham um significado importante: espantavam maus espíritos, ajudavam às embarcações a não afundar, afastavam as tempestades e atraiam muitos peixes.

O novo jardim vertical soma-se a outros três já instalados em edifícios da região: o Huds, na Rua Helvétia, o Santa Cruz, na Rua Sebastião Pereira e o Edifício Santos, situado na Avenida São João.

Outro está em andamento e um em fase de aprovação.

A construção obedece a técnicas específicas. O Jardim Vertical é instalado na empena cega do edifício, que é o paredão onde não tem janela. Primeiro coloca-se uma placa impermeável para impedir que a umidade passe para a parede, por cima da placa instala-se uma camada de feltro, que fica sempre úmida, através de um processo de irrigação com água de reuso e aproveitamento de água da chuva que mantém as plantas vivas.

O Decreto de nº 55.994 prevê a apresentação do projeto de instalação dos jardins verticais como forma de compensação ambiental na cidade. E especificamente para a área do Minhocão, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente editou o chamamento público de nº 01/SVMA/2015.

Até agora 18 edifícios se inscreveram para receber jardim vertical.

As inscrições continuam abertas.