Aves são atração no lago do Ibirapuera

São mais de 300 entre patos, gansos, marrecos, cisnes brancos e negros que fazem o encanto dos frequentadores.

Eles fazem parte do acervo do Pavilhão das Aves, localizado no miolo do Parque Ibirapuera e sob responsabilidade da Divisão de Fauna da SVMA.

São cuidados por uma equipe de biólogos e veterinários que fazem o manejo desde a separação de um grupo de filhotes, vermifugação, pesagem de cada um para realizar um comparativo ao ano anterior e anilhamento.

Esse procedimento consiste na colocação de uma anilha específica com o seu número nas patas (fêmeas recebem no lado esquerdo e machos no lado direito) e uma segunda anilha, de plástico, para poder identificar o ano que este animal foi manejado. E quando necessário, recebem tratamento veterinário e medicação. E, claro, alimentação adequada, duas vezes ao dia.

Nessas horas, o lago vira uma verdadeira festa para os olhos.

Logo cedo, a turminha se reúne em grupos para esperar o café da manhã.

Mas são todos muitos disciplinados e cada um aguarda sua vez. Alguns visitantes, como os irerês de vida livre, chegam para compartilhar a refeição.

São consumidos em média 45 quilos de ração por dia, além de um complemento alimentar de 30% em folhas escuras para ajudar na digestão.

“Esta alimentação é realizada de maneira contínua. Os recipientes são cheios várias vezes durante cada período justamente por serem muitos animais e comerem de forma alternada e em grupos”, diz Marcos Costa, médico veterinário que cuida dos anatídeos, nome científico dos 120 cisnes, 120 gansos e 60 marrecos que moram no Pavilhão.

O biólogo Ricardo Gandara, que trabalha há sete anos na Divisão de Fauna, conta que os animais são extremamente dóceis e que por conta disso as pessoas conseguem se aproximar deles com facilidade. Mas isso tem um lado preocupante, pois muitos visitantes insistem em dar alimentos às aves.

“Eles sem dúvida são um atrativo para os frequentadores e é bom exista uma interação proveitosa com estes animais. Mas não devem ser alimentados, pois sua saúde poderá ser seriamente afetada”, diz o biólogo.

O veterinário Marcos reforça que os alimentos oferecidos pelos usuários do Parque, muitas vezes não tem procedência.

“São pães que podem estar mofados, com fungos que podem causar uma intoxicação. Ou uma pipoca, um salgado, que tem grande quantidade de sódio, o que vai acarretar um problema renal. Estes alimentos acarretam no desbalanceamento dos nutrientes adequados que eles recebem e são importantes para que possam ter toda a energia necessária durante o dia e durante toda a sua vida”, completa Marcos.

Atendimentos especiais

Quem frequenta o “Ibira” se depara com outras espécies de aves, que são chamados de silvestres de vida livre, ou seja, que passeiam livremente pela cidade e que não fazem parte do acervo do Parque, como os irerês, biguás e ananaís. Eles também usufruem livremente da estrutura do Pavilhão.

Além disso, também são atendidos animais doentes, recolhidos pelo administrador do parque, por um munícipe que esteja passando ou mesmo pela polícia ambiental. Eles são levados até a Divisão de Fauna onde recebem todo o suporte veterinário (atendimento clínico, laboratorial e reabilitação) para uma futura soltura no seu habitat natural, depois de marcados e anilhados.