Clima em São Paulo – os desafios para reduzir tragédias

Cidade se planeja para minimizar danos com fortes chuvas

A cidade conhecida como “terra da garoa” também tem se apresentado ao longo das últimas décadas como de grandes tempestades – resultado da transformação do território causada pela explosão populacional e urbanização desordenada. Para mitigar os problemas causados em decorrência das fortes chuvas, a Prefeitura de São Paulo trabalha em várias frentes, não só com obras de engenharia como “piscinões”, mas também em ações para aumentar a permeabilidade e manter o funcionamento dos serviços prestados pela natureza. O aumento de áreas verdes para que a água infiltre no solo é essencial para a manutenção desse elemento essencial para a vida, além de evitar alagamentos. Outros focos importantes são o reflorestamento, sobretudo nos topos dos morros e as políticas de realocação de moradia evitando áreas de riscos nas encostas.

São Paulo apresenta o clima subtropical úmido, com as quatro estações do ano relativamente definidas e a temperatura média anual é de 20ºC. “A urbanização e o chamado efeito ilha de calor, além da poluição atmosférica, parecem ter um papel importante na alteração do padrão de pluviosidade em São Paulo”, afirma Maria Assunção da Silva Dias, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).80 anos atrás acontecia em média uma chuva acima de 100 milímetros uma vez por década; hoje todo ano, às vezes mais de uma vez, isso acontece.

Controlar o aquecimento global para não haver um aumento superior a 1,5ºC até o fim do século e reduzir a emissão de gás carbônico em 45% até 2030 e alcançando zero emissões em 2050 são metas a serem atingidas pelo município, que desde 2019 instituiu um GTI (Grupo de Trabalho Intersecretarial) para viabilizar ações alinhadas com os compromissos do Acordo de Paris.