Dia da Consciência Negra: pela valorização da cultura afro


O Dia da Consciência Negra foi instituído em 9 de janeiro de 2003 por meio da Lei nº 10.639. Além de inserir a data no calendário escolar da cidade, essa lei incluiu o ensino da História e da Cultura Afro-brasileira na rede pública de ensino. O dia 20 de novembro foi escolhido por marcar a morte do maior representante da cultura afro no Brasil: Zumbi dos Palmares, em 1695. O “feriado” é uma data de luta pelo respeito à cultura afro, à abolição da escravatura e ao fim da dominação de uma etnia, em prol de um país miscigenado como o Brasil.

Nascido no Quilombo dos Palmares, o ainda menino Zumbi foi aprisionado pelo grupo expedicionário comandado por Brás da Rocha Cardoso, sendo entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo em Porto Calvo (PE). Foi então batizado com o nome Francisco e recebeu boa educação, dominando a língua portuguesa, o latim e os princípios do catolicismo aos dez anos.

Aos 15, fugiu dali e retornou a Palmares (então pertencente a Pernambuco) e logo se tornou um grande líder. Em 1675, destacou-se na defesa do espaço quilombola contra o ataque de tropas portuguesas, justificando sua linhagem africana de grandes guerreiros. Em 1680, assumiu o lugar de seu tio, Ganga Zumba, após tê-lo desafiado. Desafio, aliás, foi seu ponto forte: enfrentou o governo colonial, que destacou os bandeirantes Bernardo Vieira de Melo e Domingos Jorge Velho para o contra-ataque. Sob o comando desses dois bandeirantes, foi destruída a “Cerca do Macaco”, capital de Palmares, em 1694; embora ferido, Zumbi escapou.

Aos 40 anos, o grande líder foi assassinado em 20 de novembro de 1695, após delação de um de seus capitães, Antônio Soares. Seu executor foi o capitão Furtado de Mendonça. A fim de eliminar o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares, sua cabeça foi salgada e levada, com o genital dentro da boca, ao governador Melo e Castro, para depois ser exposta em praça pública.
A luta de Zumbi pela liberdade de culto e religião, pelo fim da escravidão colonial e contra a dominação branca sobre os negros se mantém atual. Portanto, a data é uma oportunidade de resgatar a memória e a importância da influência afro em nossa cultura e de combater as desigualdades sociais e raciais. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) prestou singela homenagem à data, inaugurando em 2009 o Parque Linear Consciência Negra (leia mais a respeito).