Conheça mais sobre as laboriosas produtoras de mel


Nesta quarta (3), comemora-se o Dia Nacional das Abelhas, cuja importância vai muito além da simples “produção do mel”. O inseto tem extrema importância econômica e ecológica, pois é responsável pela polinização – transporte de células reprodutivas masculinas da planta até a parte feminina da flor. Por isso, estão relacionadas com a sobrevivência de várias espécies de plantas, sendo fundamentais para o aumento da produtividade agrícola e para o sustento de espécies (aves e mamíferos) que se alimentam de frutas e sementes.

Estudos da Associação de Proteção às Abelhas e ao Meio Ambiente (Aspama) afirmam que o agricultor deveria manter uma colmeia em sua produção agrícola, para auxiliar naturalmente a produtividade de sua cultura. Nessas produções, o aumento da produtividade dá um grande salto, pois as abelhas cumprem seu papel de polinização para a maioria das plantas usadas pelo homem em sua alimentação. A meliponicultura (apicultura) tem sido intensificada com a criação de abelhas sem ferrão, uma técnica praticada em Unidades de Conservação para a produção independente do mel.

Espécies e organização
Existem aproximadamente 20 mil espécies diferentes de abelhas no mundo. No Brasil, a mais conhecida é a abelha africana (Apis mellifera). As espécies sem ferrão ganharam do Instituto Mamirauá um Guia Ilustrado das Abelhas sem-ferrão de duas reservas da Amazônia: Amanã e Mamirauá. A publicação reúne dados científicos, sistematiza o conhecimento da espécie e auxilia sua identificação.

Ao lado da formiga, a abelha é o inseto que melhor representa uma organização social: em sua estrutura, há uma só comandante – a abelha-rainha – para liderar cerca de 80 mil indivíduos, entre as operárias (fêmeas responsáveis pelo trabalho da colmeia, conforme sua idade) e os zangões (machos responsáveis pelo acasalamento). A abelha-rainha tem por missão postar os ovos (cerca de 3.000 por dia, conforme o período de florada) e sua vida útil média pode ser de até cinco anos. É considerada a mão de todos os indivíduos do grupo.

Os machos, também chamados de zangões, são responsáveis pela reprodução, mas em algumas espécies, também executa tarefas específicas, como a manipulação da cera que produz a colmeia. O foco principal é o acasalamento. Após a fecundação, o macho morre por perder uma parte dos seus órgãos sexuais. Já as operárias, que representam 80% da colmeia, possuem vida média de 28 a 38 dias, executam a defesa da sociedade, captam o alimento e manipulam os materiais para a construção da colmeia (barro e cera).

Importância econômica
Insetos de grande importância ambiental, as abelhas também dão sua contribuição econômica ao produzir outros segmentos além do mel, como a cera, o própolis, o pólen apícola, a geleia real e outros componentes. Para a exploração econômica desses derivados, a apicultura foi introduzida no Brasil em 1839, com as Apis melílifera, mas só foram amplamente difundidas na década de 70.

Essa cultura ganhou importância com as descobertas das propriedades terapêuticas do mel, um produto natural extremamente admirado ao redor do mundo. O mel tem grande importância como repositor de glicose, reparação da mucosa intestinal, agente anti-inflamatório e cicatrizante e tratamento de úlceras gástricas, entre várias outras aplicabilidades. Por isso, nossas amigas merecem uma comemoração especial!

Foto: Gabriela Rocco (Campo Experimental da Escola Municipal de Jardinagem).