Técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – Cemaden participaram do encontro mensal e fizeram duas apresentações sobre extremos climáticos. O tema da dra. Adriana Cuartas, pesquisadora e hidróloga, chefe da Divisão de Monitoramento e Alertas do órgão, apresentou dados sobre a grande seca ocorrida na Região Sudeste no verão de 2014, caracterizado pela mudança na circulação atmosférica e das anomalias da temperatura da superfície do mar que favoreceram o bloqueio das chuvas por um sistema de alta pressão.

Esse fenômeno, que segundo cálculos dos especialistas pode ocorrer a cada 724 anos, provocou a grande estiagem na região Sudeste, além de ter provocado inundações e chuvas extremas na região Norte do Brasil. O Cemaden monitora o Sistema Cantareira e, neste momento, o cenário se assemelha bastante ao encontrado daquele período.

Já o Dr. Christopher Cunninghan, meteorologista, pesquisador de hidrologia e meteorologia, fez uma apresentação sobre os extremos meteorológicos e climáticos aplicados a desastres naturais e mudanças climáticas. Ao falar sobre a contribuição antropogênica nas mudanças do clima, usou como exemplo a precipitação extrema na Bacia do rio Uruguai entre abril-maio de 2017. A enchente por ela provocada desabrigou mais de 3500 pessoas e custou US$ 102 milhões.

Cunninghan realizou estudos para identificar de que forma a interferência humana no clima acelera a ocorrência de eventos extremos: a chuva sobre o Rio Uruguai, pelas leis naturais, ocorreria uma vez a cada mil anos; no entanto, nas condições hoje existentes, ela ocorre uma vez a cada cem anos.
O Secretário Adjunto Ricardo Viegas esteve presente e expressou o interesse da Prefeitura de São Paulo por desenvolver atividades conjuntas com o Cemaden, de modo a fortalecer as duas instituições para o enfrentamento dos eventos extremos causados pelas mudanças do clima.
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