Mamãe cisne e seus filhotes passam bem!

 

As águas do lago do Ibirapuera registram a chegada de novos moradores: são os filhotes de cisne que acabaram de nascer – os da foto pertencem a uma das ninhadas. Essas aves são de responsabilidade da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), sendo mantidas livremente nas áreas municipais e monitoradas pelos técnicos da Divisão de Fauna (DEPAVE 3) da SVMA. Cada parque possui seu próprio acervo. Atualmente, há 29 filhotes de cisne negro distribuídos somente no Ibirapuera, sendo que há previsão de mais nascimentos até meados de setembro.

Durante o período de reprodução, os funcionários do parque vistoriam o rompimento dos ovos, pois, ao nascerem, todos os filhotes são examinados pela equipe veterinária, momento em que são pesados e marcados na plumagem e por meio de microchips. Como forma de assegurar sua permanência, é realizado um procedimento cirúrgico chamado pinioning, que limita sua capacidade de voo. Para que tudo corra bem, os animais devem ser recolhidos antes de chegar à água, pois isso impossibilitaria a captura.

O recolhimento não só facilita o acompanhamento e a proteção dos ninhos na fase do choco, como também contribui para os processos de triagem, contagem e registro, evitando a predação dos filhotes. Nenhum animal é retirado do ninho e colocado em incubadoras ou criadeiras – toda a família é recintada, o que garante que eles sejam criados e mantidos junto aos pais, ou com outros casais, em caso de abandono.

Os técnicos responsáveis pelo amparo à fauna atendem numa área chamada Pavilhão das Aves. Quando necessitam de internação, elas são encaminhadas à unidade localizada no Viveiro Manequinho Lopes.


Alimentação

O frequentador sempre se encanta com as aves e costuma ter o “impulso” de oferecer algum alimento. Um erro muito grave, segundo o veterinário Marcos Costa, responsável pelo acervo. Segundo ele, os alimentos oferecidos – principalmente pelas crianças – são prejudiciais porque são ricos em sódio e carboidratos, podendo levar ao problema das “asas de anjo”. Esse distúrbio metabólico causa má formação das asas.

Já o bico destas aves aquáticas é adaptado para a busca de refeições na água, fazendo com que sua anatomia não seja receptiva aos alimentos processados encontrados secos sobre o solo, como as migalhas de pão e biscoito, por exemplo. Além disso, a ingestão de comida dada pelos munícipes compromete o controle da quantidade de ração. Esse excesso pode causar danos ao hábitat destas e de outras espécies, visto que os restos se deterioram e provocam a intoxicação dos animais, reduzindo a oxigenação da água e levando os peixes à morte.

Responsável por toda a assistência, o DEPAVE 3 cuida das aves e proporciona o nascimento e manutenção das espécies. Somente no Parque Ibirapuera, os animais locais recebem, todos os dias, aproximadamente 48 kg de ração específica para anatídeos (cisnes, gansos e marrecos), além da mistura de folhas de acelga, almeirão, catalônia e couve picadas. Nas temporadas em que habitam o parque, as aves migratórias também usufruem destes alimentos, uma vez que os comedouros são abertos e possuem livre acesso.