Córrego Limpo entra na terceira fase


Foto:svma


O prefeito João Doria, acompanhado pelos secretários do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini; da Habitação, Fernando Chucre; de Serviços e Obras, Marcos Penido; de Esportes e Lazer, Jorge Damião, além do prefeito regional da Vila Mariana, Benê Mascarenhas, participaram no último sábado (10), na sede da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME), do início da terceira fase do Programa Córrego Limpo.

A nova etapa marca duas inovações no programa: sua validade, até 2039, e o fato de a Prefeitura ter optado pelo desafio de despoluir córregos canalizados, como o recente córrego Uberaba. A canalização de córregos, muitas vezes com obras viárias sobre eles, foi uma prática da urbanização das décadas de 30 a 70. Esses trechos hoje canalizados representam grande extensão e importância na malha hídrica subterrânea – o Uberaba cruza importantes regiões da cidade, como Moema e Ibirapuera, e conduz suas águas diretamente para o rio Pinheiros.

Foram investidos R$ 2,5 milhões para a retirada de 5.184.000 litros de esgoto por dia, beneficiando 240.000 pessoas. As obras compreenderam 1.300 m de redes coletoras de esgotos e interligações aos coletores tronco implantados pela Sabesp na terceira fase do Projeto Tietê. A construção dessa rede coletora de esgotos envolveu métodos predominantemente não destrutivos e bastante complexos, já que o córrego estava enterrado e o tráfego local impedia a realização de obras a céu aberto.

O ineditismo desta terceira fase está exatamente em despoluir um afluente direto do rio Pinheiros, situado em área totalmente urbanizada e com dificuldades técnicas executivas, porque percorre um trecho totalmente canalizado. Uma vez despoluídos, córregos fechados podem ser devolvidos à paisagem urbana por meio de projetos de renaturalização. O conceito é permitir que, nos locais abertos por onde passam, como em centros esportivos e parques, os leitos d’água possam ser novamente expostos na superfície.

Histórico

O programa Córrego Limpo foi iniciado em 2007, envolvendo a Prefeitura – por meio das Secretarias Municipais do Verde e Meio Ambiente, Habitação, Serviços e Obras e Prefeituras Regionais – e o governo estadual, prioritariamente pela Sabesp. A primeira fase, entre 2007 e 2009, contemplou 42 córregos a céu aberto ou que cruzavam áreas de grande fluxo de pessoas.

A segunda etapa foi realizada entre 2009 e 2010, incorporando também córregos localizados em áreas de mananciais ou cabeceiras. Nessa etapa, foram entregues 58 córregos despoluídos, totalizando 100 unidades concluídas. Em 2011 e 2012, foram beneficiados outros 49 córregos. O programa foi paralisado entre 2013 e 2016, e essa falta de conservação prejudicou 50 córregos anteriormente despoluídos, que precisaram ser requalificados após a retomada do projeto.

Nesta terceira fase, serão trabalhados córregos de grandes dimensões, situados em regiões densamente urbanizadas e importantes afluentes das duas bacias hidrográficas mais importantes da capital. Como esta etapa está articulada com a terceira e quarta fases do Projeto Tietê Sabesp, a opção da Prefeitura por despoluir trechos críticos da extensa malha hídrica subterrânea representa importante contribuição para outro ambicioso projeto: despoluir os rios Pinheiros e Tietê.