Pugilista do COTP sagra-se campeão brasileiro juvenil

Leonardo Santana de Lira derrotou quatro oponentes durante a competição

Um jovem sorridente, simpático e com um porte físico que esconde sua verdadeira força. Definitivamente, Leonardo de Lira, 17, se transforma dentro do ringue. Apontado como uma das Pratas da Casa da SEME desde 2012, o pugilista da categoria Médio, até 75kg, conquistou o seu título mais importante em novembro, no Campeonato Brasileiro Juvenil, disputado em Aracaju, no Sergipe.


Foram quatro lutas contra representantes das federações do Rio Grande do Sul, Goiás, Sergipe e Mato Grosso. Os dois primeiros foram nocauteados ainda no primeiro round. A semifinal, destacada por Leonardo como a luta mais difícil, foi vencida por decisão unânime dos três juízes, enquanto a final, disputada contra o atleta Leonardo Souza, paulista que representou a federação mato-grossense e foi convocado para integrar a Equipe Olímpica Permanente, terminou com o placar de 2 a 1 para o atleta do Centro Olímpico.


“Eu já fui campeão paulista, da Copa Talento e de outros campeonatos da Federação Paulista, mas do nível que eu estou atualmente esse é o mais importante”, conta Leonardo. “Na primeira luta tem o nervosismo, e na segunda eu tive que usar mais a inteligência, porque eu não pareço ser da categoria 75kg, então os outros lutadores pensam que sou mais fraco”, completa.


O morador do Jardim Ângela, bairro da zona sul de São Paulo, concluiu recentemente o Ensino Médio e poderá focar mais sua atenção no boxe. Parte dos seus planos é ser escolhido para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2020 . “Eu estou bem encaminhado por conta do Centro Olímpico, que sempre faz bons projetos. Daqui já saiu muita gente grande, e eu acredito no trabalho do Messias. É tudo questão de treino, pois a dificuldade sempre irá existir, seja para mim ou para os outros”, diz.


Messias Gomes, professor de boxe do COTP há mais de 40 anos, ressalta não somente a emoção de revelar mais um atleta para o pugilismo nacional, mas também a realização do Centro Olímpico na parte social. Para ele, a preocupação vai além dos resultados no ringue e e chega até o desempenho escolar das crianças ou, conforme a idade, se estão pensando no futuro e em outras profissões. “O boxe é passageiro, eles não podem pensar que isso aqui é pra sempre. De repente o garoto pode conquistar uma bolsa e conseguir um curso melhor”, explica Messias.


Quanto a isso, o treinador pode ficar tranquilo, pois Leonardo ouviu bem os conselhos. O jovem revela planos de cursar educação física e também jornalismo, e vê sua relação com o professor como de pai e filho. “Ele acolhe a gente como família. Não só ele, mas todos do Centro Olímpico têm uma atenção e um carinho diferente com a gente. Por isso que isso tudo se transforma em uma família”, relata o campeão brasileiro juvenil.


Sobre essa relação com os atletas, Messias diz ser parte de seu trabalho instruir os jovens. “Eu fico feliz, porque se eles não se formarem campeões de boxe, eu desejo que eles sejam campeões na vida”, finaliza.

Texto: Guilherme Guidetti – gguidetti@prefeitura.sp.gov.br
Fotos: Estella Gomes – ecgomes@prefeitura.sp.gov.br