50 anos de Secretaria Municipal de Esportes e Lazer

Pasta foi criada pela Lei Municipal Nº 7323/1969 com dez equipamentos; hoje são 48 Centros Esportivos, 260 Clubes da Comunidade e diversas atividades para a cidade

Fachada da Secretaria Municipal de Esportes. Há uma placa de identificação escrita "SEME" à esquerda, outra placa de identificação do Parque das Bicicletas à direita e a entrada do complexo ao centro da imagem.

No dia 23 de junho de 1969, foi criada a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo, que surgiu do Conselho Municipal de Esportes, subordinada à pasta de Educação e Cultura da época. Em 2019, a SEME, como é conhecida a secretaria, completou 50 anos de serviços prestados à cidade. E o que não falta aqui é história...

Foto do Centro Esportivo Pirituba durante o dia. No centro da imagem estão algumas palmeiras e, atrás delas, a piscina.Ao todo, 47 pessoas estiveram no comando da pasta ao longo desse tempo. O primeiro deles foi Carlos Joel Nelli, nomeado pelo então prefeito Paulo Maluf. O jornalista esportivo ficou no cargo até 1971, quando deu lugar a Paulo Machado de Carvalho, já conhecido por participar ativamente das Copas do Mundo de 1958 e 1962. O Estádio do Pacaembu leva o nome do empresário como forma de homenagem. O Paca, inclusive, foi um dos dez equipamentos desginados à SEME desde sua criação, juntamente com os Centros Esportivos de Pirituba (foto), Mooca, Ibirapuera, Santo Amaro, Vila Maria, Vila Manchester e Vila Alpina, além do Estádio Municipal de Beisebol Jack Marin e o Autódromo de Interlagos (hoje administrado pela pasta de Turismo)

O terceiro secretário da lista, porém, é um dos mais lembrados. Caio Sergio Pompeu de Toledo foi nomeado secretário em 1975, nas gestões de Miguel Colassuonno e Olavo Setúbal. Sergio Barbour, que foi chefe de Gabinete de Caio e, posteriormente, também se tornou secretário de Esportes, não tem dúvidas da importância do parceiro no âmbito esportivo. “Não só a secretaria municipal, mas o esporte tem duas épocas: antes e depois do Caio Pompeu de Toledo”, afirma.

Foram diversas iniciativas que rendem frutos até hoje. Uma delas foram as Ruas de Lazer, ainda em vigor. Hoje, 39 endereços fazem parte do programa.

Entrada do Centro Médico do Centro Olímpico. À direita, uma placa metálica prateada mostra o nome do espaço e a homenagem a Caio Pompeu de Toledo.Outra, já voltada ao esporte de alto rendimento, foi o programa “Adote um Atleta”, que deu origem ao Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). “Nossos atletas de ponta treinavam pouco. Eles tinham que trabalhar o dia inteiro e praticar aos fins de semana”, lembra Barbour, destacando que Hortência, a rainha do basquete, começou nas quadras do equipamento construído por Caio. Não à toa, o centro médico do COTP leva o nome do ex-secretário. Desde aquela época, a estrutura contempla profissionais ortopedistas, nutricionistas, dentistas, psicólogos e assistentes sociais.

Outros grandes nomes do esporte saíram do Centro Olímpico. Ricardo Prado, da natação, João do Pulo, do atletismo, e Aline Silva, da luta olímpica, são alguns exemplos de sucesso no esporte que passaram por lá – além da própria Hortência e de sua companheira de quadra, Magic Paula.

Do basquete veio também outro representante ilustre da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Não pelo que fez dentro do garrafão, mas como comandante da pasta. Oscar Schmidt, maior pontuador da história da modalidade, foi secretário durante os anos de 1997 e 1998, na gestão de Celso Pitta. Apesar de já ter sonhado em ser presidente, o ex-jogador e hoje palestrante agradece ao fato de não ter sido eleito senador na corrida eleitoral de 1998.

“Eu nasci para o esporte, não para a política”, confessa. Por outro lado, reconhece o esporte como ferramenta de transformação social, sobretudo para os mais novos.

“A criança que está fazendo esporte tem muitas coisas na cabeça. Primeiro, que ela não está na rua – essa é a principal. Ela sonha em ser uma atleta, ela convive com gente boa. Isso é um negócio absurdamente positivo para qualquer criança”, analisa.

Se para Oscar não existe saudosismo dos anos que passou na SEME, há de sobra para Sergio Barbour. “Eu estou com 76 anos de idade. A melhor época da minha vida foram os quatro anos da Secretaria”, enfatiza.

Mas Oscar sabe, na própria pele, o significado que a prática esportiva tem na vida dele e dá o recado: “Faça esporte! Qualquer um. Vá em qualquer Centro Esportivo que tem na Secretaria e faça esporte.”

O atual secretário Carlos Bezerra Jr. tem uma trajetória na política voltada à promoção da justiça social. Além de valorizar a prática esportiva, ele acredita que o esporte muda destinos: “Eu vejo o esporte como instrumento em favor da vida, de mudanças de histórias, de apoio às famílias e da promoção da igualdade. além de um fomentador de negócios sociais. É para isso que estamos trabalhando na Secretaria”, ressaltou.

Texto e fotos: Guilherme Guidetti - gguidetti@prefeitura.sp.gov.br