A funcionária dos Direitos Humanos

Conheça mais sobre a história de Eponina Duarte Portugal, membro da Comissão dos Direitos Humanos da SEME

Eponina Duarte Portugal nasceu na cidade de Resplendor, em Minas Gerais. Ela é a caçula de sete irmãos e traz muitas histórias na bagagem.

A primeira delas diz respeito a seu nome. “Eponina é como se chamava a minha avó. É francês e foi inspirado no livro ‘Os Miseráveis’, de Victor Hugo. Esse é um nome muito forte e eu já nasci com essa responsabilidade extra. Sofri quando era mais nova por ter esse nome diferente, mas ele é único, especial, e é isso que digo para as pessoas que também tem nomes fora do padrão. Outro dia atendi a uma ligação de uma menina chamada Ozônia e ela contou sobre suas dificuldades com o nome. Também me disse que é uma palavra indígena e significa pôr do sol. Olha que lindo! Nada para se envergonhar” ela conta.

Eponina foi criada em Bom Jesus do Itabapoano, no Rio de Janeiro, e é lá que grande parte de sua família reside até hoje. “Mas já viajei muito. Terminei o colegial em Campos dos Goytacazes e fui fazer faculdade de serviço social na PUC do Rio. Então, transferi o curso para a PUC de São Paulo, porque me mudei para cá, onde já estou há 30 anos.”

Nossa entrevistada do dia começou a trabalhar no SESC Pompéia, com pessoas da terceira idade. Depois passou em um concurso público e trabalhou na Secretaria da Saúde, em postos da zona leste, hospital psiquiátrico, e no Centro de Observação Criminológica. “Depois disso prestei concurso de novo e comecei a trabalhar na Secretaria de Habitação. Vim para a Secretaria de Esportes em 1994.”

Na SEME, Eponina, que também é bacharel em direito e especialista em orientação familiar, trabalhou no antigo DEPEL e depois, com acessibilidade. “Depois fui para o Centro Olímpico, onde cuidava da orientação para atletas e familiares. Fazia atendimentos individuais, alertava sobre doenças sexualmente transmissíveis e formei também um grupo de mães para discutir os problemas das mulheres”, lembra.

E ela relembra uma história engraçada: “Sempre quis fazer uma palestra voltada aos pais, os homens da família, que sempre achei que eram meio deixados de lado em diversas ocasiões. Por exemplo, quando uma criança está doente, o pai e a mãe estão juntos e o médico pergunta quem é o responsável, é sempre a mãe que dá um passo a frente. Criei uma palestra para estes pais e as mulheres os acompanhavam até a porta, mas só até lá, porque eu não deixava elas entrarem. Um pai solteiro me contou uma história, dizendo que um dia ligaram para ele e perguntaram pela dona da casa. Ele respondeu ‘eu sou a dona da casa, sou eu que lavo, passo, cozinho’. Isso era o que eu queria mostrar naquela palestra, eles não podem ficar de lado”.

Eponina também foi diretora da creche da SEME e trabalhou com o Mais Esporte. “Nesse período fiz um curso da Prefeitura para conselheira de direitos humanos e mudei os rumos da carreira. Sou uma pessoa que sempre busca a justiça, gostaria de viver em um mundo mais justo e gosto muito de lidar com o público, trabalhar para ele. Participei do projeto Cultura de Paz da SEME e atualmente faço parte da Comissão de Direitos Humanos da Secretaria, que conta com dez membros.”

O objetivo da comissão é informar e instrumentalizar os funcionários sobre os direitos humanos, com palestras, como a de assédio moral, realizada neste mês de outubro. “Estamos planejando outras palestras, sobre o estatuto da criança e do adolescente e mesmo o estatuto do funcionário público, pouco conhecido pela população. Temos muito o que fazer nessa área de serviço social. Podemos falar também sobre aposentadoria ou criar grupos de atendimento e encaminhamento. Esse projeto é um orgulho e eu acredito muito em seu potencial. Demoramos duas gestões para colocá-lo em prática, foi trabalhoso, mas vai trazer bons resultados.”

Além do serviço social, Eponina também tem uma preocupação grande com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Me formei como agente e design de sustentabilidade e procuro fazer o que posso, tanto em casa, com a reciclagem, economia de água, como no meu bairro (Vila Mariana) e na Secretaria.” Nossa entrevistada também é conselheira do meio ambiente no bairro de Pinheiros, do Parque do Ibirapuera e ajudou a fundar o conselho do bairro da Sé. “É muito complicado trabalhar com sustentabilidade, porque muita gente fala que ‘vai deixar o problema para as próximas gerações’ e realmente não se importa. Daqui uns 40 anos as pessoas devem perceber como isso teria sido importante”, afirma.

 

Sobre a Secretaria, Eponina comenta: “Gosto de trabalhar na SEME, aprendi muito, principalmente a controlar a minha ansiedade. Hoje sou uma pessoa mais tranquila e descobri que as coisas acontecem cada qual em seu tempo. Só acredito que podemos fazer mais, um espaço de lazer para os funcionários em horários acessíveis, por exemplo. Ou um programa de ludicidade para a maior integração entre todos. Tem pessoas que encontro há muitos anos por aqui, mas não conheço realmente”, lamenta.

E nas horas vagas, também há espaço para atividade física. “Em relação aos esportes, gosto de tratá-los como algo bom para a saúde. Faço ioga, musculação, ritmos, esteira e fiz inscrição para aulas de hidromassagem. Além disso, sou cinéfila de carteirinha e adoro os joguinhos do Facebook. Eles me distraem e ajudam no raciocínio, assim como as cruzadinhas, das quais também sou fã. E viajo muito, já que minha família está quase toda em Bom Jesus. Adoro a rodoviária do Tietê.”

Eponina Duarte Portugal trabalha com serviço social e muito mais. Ela está conosco, na Secretaria de Esportes há 18 anos e, por merecimento, também faz parte da nossa família, a Família SEME.


Texto:
Vanessa Dini - vdini@prefeitura.sp.gov.br
Fotos:
Paulo Gervino - pantar@prefeitura.sp.gov.br

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