Mundo esportivo traz grandes testes de superação e auto-controle

Aos 13 anos, a jogadora de futebol Ariadina Borges vivencia esse tipo de situação; relembre outros casos famosos onde atletas superaram seus limites e surpreenderam o mundo

Ter a chance de atuar pela seleção nacional. Esse é o sonho de todo atleta desde o início de sua carreira. Muitas vezes, esse desejo demora a se concretizar ou simplesmente acaba não acontecendo. Em outros casos, a oportunidade aparece, mas mesmo assim não se concretiza imediatamente. Uma dessas histórias é a de Ariadina Borges, jogadora de futebol na categoria Sub-15 do COTP (Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa) há dois anos.

O mês de maio ficou marcado na carreira de Ariadina. No dia 06, a técnica Emilly Lima fez a primeira convocação da história do sub-15 de futebol feminino. O nome da meio-campista do Centro Olímpico estava relacionado entre as 24 convocadas. Onze dias depois, Ariadina fraturou o braço direito durante um treino. “Quando o médico confirmou a fratura no braço direito, foi como se o mundo tivesse despencado na minha cabeça”, conta a atleta.

Naquele dia, as lágrimas não foram suficientes para expressar a tamanha tristeza de Ariadina, que já joga futebol há seis anos. Dois dias depois, a jogadora encarou outro momento difícil ao ver suas colegas de elenco embarcarem para Teresópolis, no Rio de Janeiro, rumo aos treinos com o restante da Seleção.

Durante esse período, Ariadina vem sendo constantemente aconselhada pelo técnico da categoria Sub-15, Jonas Urias. Mais conformada, a meio-campista mantém grandes esperanças de ser novamente convocada em agosto. “Não foi fácil pra ela na hora, mas, ao mesmo tempo, ela sempre teve um ‘psicológico’ muito forte. Não se abala facilmente e continua acompanhando todos os treinamentos da equipe, mesmo lesionada.”, afirma o treinador Jonas.

O técnico das equipes Sub-15 e Sub-17 do COTP relata ainda um dos fatores que levou Ariadina a ser convocada: “Aqui no Centro Olímpico temos jogadoras na base com grande potencial. A Ariadina é uma delas. Ela pensa o jogo sempre à frente das outras e, tecnicamente, consegue executar todos os fundamentos com extrema eficiência.”

Para superar esse momento, a jogadora busca inspiração em casos famosos e em outros mais próximos dessa realidade. Um deles é o caso da jogadora Beatriz Cardoso, que ficou dois anos fora do futebol devido a uma ruptura total do ligamento cruzado anterior do joelho. Em certo momento do tratamento, Beatriz cogitou largar o futebol, mas recebeu o apoio da família, das colegas e da comissão técnica para seguir em frente. Pouco tempo depois, a jogadora recuperou-se totalmente e hoje é um modelo de superação dentro do próprio COTP. “Ela voltou a treinar e hoje lidera a equipe dentro e fora de campo. É uma capitã, uma líder, um exemplo.”, exalta Jonas Urias.

Essências esportivas

A história do esporte é feita de muitos gols, sets, cestas, pontos e superações. Em todas as modalidades, não faltam exemplos de “voltas por cima” bem-sucedidas. Relembre alguns casos:

• Em 2008, o nadador holandês Maarten van der Weijden foi campeão da Maratona Aquática Masculina durante as Olimpíadas de Pequim. Sete anos antes, Weijden foi desenganado pelos médicos ao ser diagnosticado com leucemia.

• Ao longo de sua carreira, o ginasta irlandês Kieran Behan venceu um tumor na perna, um trauma cerebral que afetou seu equilíbrio durante anos e fraturas no braço e na perna para competir nos Jogos Olímpicos de 2012. Behan foi o primeiro ginasta irlandês a participar de uma competição olímpica sem convite da organização.

• Um dos casos mais conhecidos de superação vem do futebol masculino: desde 1998, o centroavante Ronaldo Fenômeno passou a sofrer com diferentes problemas que comprometiam seu desempenho em campo. Três horas antes da decisão da Copa do Mundo daquele ano, o jogador sofreu uma convulsão que preocupou o mundo todo. Na Inter de Milão, o Fenômeno sofreu com graves problemas no joelho direito que o impediam de fazer boas atuações. Em 2002, o atleta deu a volta por cima e foi um dos principais destaques da campanha pentacampeã da Seleção Brasileira. Temporadas depois, Ronaldo retornou ao Brasil para defender o Corinthians. Ao longo de praticamente dois anos, o atleta alternou entre bons momentos, lesões e críticas pelo seu peso acima do normal. Entre diversas superações, sua aposentadoria dos gramados veio em 2011, quando o atleta declarou ter hipotireoidismo.

•O jogador de vôlei Nalbert também traz um grande exemplo de superação em sua carreira. Depois de romper o tendão do ombro esquerdo pouco antes das Olimpíadas de Atenas, ele superou o desafio e ajudou a trazer a medalha de ouro para o Brasil. Nem os médicos acreditavam em uma recuperação tão rápida do ex-capitão da Seleção Brasileira.

Derek Redmond também é um bom exemplo de superação e auto controle no mundo dos esportes. Apesar de ter sido o último colocado no revezamento 4x400m em Barcelona (1992), o atleta conseguiu concluir a prova depois de duas lesões consecutivas na perna direita. Ao ver o filho mancando, Jim Redmond o acompanhou nos 100m finais. A história chegou a se transformar em inspiração para propagandas. Quatro anos antes, em Seul, Derek sofreu uma lesão dez minutos antes de sua prova. No ciclo olímpico seguinte, ele passou por cinco cirurgias no tendão de Aquiles.

Marcos Roberto Silveira Reis também entrou para a história das superações esportivas. Em 2000, o goleiro, que atuou pelo Palmeiras durante toda sua carreira, fraturou o punho esquerdo. Sua aposentadoria chegou a ser cogitada, mas o atleta só se aposentou em 2011. Ao longo de sua carreira, o “santo goleiro” sofreu muitas outras lesões, sendo uma delas no próprio punho esquerdo.

Texto:

Juliana Salles - jsalles@prefeitura.sp.gov.br

Fotos: Divulgação

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