O que Quélia Pereira Braga e Cléria Martes da Costa têm um comum? Simples. O amor incondicional pelo boxe. Medalhistas no Campeonato Brasileiro de Boxe deste ano, as duas são um grande exemplo de persistência e amor pelo esporte.

As duas, atualmente, treinam no Clube Escola Santo Amaro e os treinos acontecem de segunda á sexta – feira durante o dia todo. “A estrutura daqui é ótima. Desde que voltei de Londres, estou treinando aqui”, disse Cléria Martes da Costa, de 17 anos, que já conquistou cinco medalhas de ouro nos últimos cinco anos.

Cléria Martes treina o dia todo durante todos os dias da semana. No inicio, os treinos aconteciam somente no período da manhã, mas, com o tempo, a atleta sentiu a necessidade de dedicar sua vida ao boxe. “É uma verdadeira paixão. Eu não me vejo fazendo outra coisa”.

O primeiro Brasileiro veio no ano de 2008, quando Cléria tinha apenas 14 anos. Depois disso, a atleta ganhou a medalha de ouro nos anos seguintes e, a cada conquista, a paixão pela atividade física e pelo boxe aumentava. Cinco anos depois, a vida de Cléria não mudou muito: ela continua dedicando o seu tempo para esporte e, em outubro deste ano, ela conquistou mais uma medalha de ouro no Brasileiro na categoria de até 54 Kg. Além disso, a atleta ingressou na Faculdade de Educação Física.

A Seleção Brasileira de Boxe também tem um papel importante em sua curta carreira. Após as primeiras conquistas, a atleta começou a treinar na Seleção Brasileira e, após voltar de Londres, ela está treinando no Clube Escola, da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo. “É uma ótima estrutura. Passo o dia inteiro aqui treinando, é muito bom contar com uma estrutura como essa.”

Já Quélia Pereira, de 25 anos, possui três medalhas de prata em sua bagagem. Sua rotina de treino inclui um treino pesado pela manhã com direito a aquecimento e várias etapas técnicas sobre o boxe. Formada em Educação Física, Quélia trabalha durante a tarde e, no período da noite, ela descansa para que, no dia seguinte, ela possa enfrentar mais um dia de sua rotina puxada.

Por três anos seguidos, Quélia conquistou a medalha de prata na categoria de até 60 Kg. Bem disposta e cheia de energia, a atleta conta que, apesar de ter conquistado bons resultados, o que ela quer mesmo é se dedicar muito para que ela possa ganhar a medalha de ouro. “Apesar de treinar somente durante o período da manhã, eu estou me dedicando muito. Espero que eu possa conquistar mais resultados como esse... e até melhores.”

Há três anos e meio, Quélia treina no Clube Escola Santo Amaro. Anos atrás, quando começou a treinar, a atleta conta que a idéia inicial era só praticar algum esporte, já que a atividade física é muito importante na vida de qualquer pessoa. “Eu comecei a treinar sem nenhuma intenção de me tornar uma campeã. Mas com o tempo... me apaixonei. Hoje, acho que eu não conseguiria largar o boxe.”.

Assim como a Seleção Brasileira de Boxe, o Clube escola também possui um papel especial na vida dessas duas garotas. O amor pelo esporte e os primeiros treinos aconteceram no Clube Escola Santo Amaro, antes anos. “O Clube Escola (programa que nasceu em maio de 2006 na cidade de São Paulo) é um programa maravilhoso. Ele promove a inclusão social e, mesmo que daqui não saia um atleta, as pessoas que estão aqui estão ocupando o seu tempo vago... muitas crianças que, em vez de estarem na rua, estão aqui praticando alguma atividade física. Além disso, o treino envolve disciplina e o uso de regras, o que é muito bom para o crescimento desses jovens”, declarou Quélia.

A família também é um fator importante tanto para Cléria quanto para Quélia – principalmente no começo da carreira. No início, as duas contam que os familiares não apoiaram muito, mas que, após algum tempo, elas passaram a se orgulhar das conquistas e da rotina de treino das duas. “Meus pais não costumam acompanhar as lutas, mas eles estão sempre me perguntando sobre o que eu faço. É bom saber que eu posso contar com o apoio da minha família.”.

Planos para a Olimpíada de 2016? É claro que elas têm. “Nós vamos treinar muito para chegar lá. É claro que 2016 é uma meta para qualquer atleta. E eu quero estar lá!”, brincou Quélia.

 

Texto:
Iule Karalkovas Silva - iulekaralkovas@prefeitura.sp.gov.br
Fotos:
Francisco Pinheiro - fbpinheiro@prefeitura.sp.gov.br

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