Dedicação e amor incondicional ao trabalho

Nosso perfil de hoje para a série "Essa é a Nossa Gente" é de José Luiz Bravo, do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho

Texto: Paulo Sergio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.b

Felippe Saccab
fsaccab@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Fotos: Felippe Saccab
fsaccab@prefeitura.sp.gov.br


Nossa série especial sobre funcionários do Pacaembu traz hoje o perfil de um símbolo do Estádio: José Luiz Bravo Rezende.

Nascido no dia 13 de março de 1946 na cidade de Alegre, no Espírito Santo, José veio para São Paulo com vinte anos de idade para estudar e buscar um bom trabalho. “Adoro minha cidade, vou para lá sempre que possível, mas vim para São Paulo construir uma carreira. Já trabalhei em fábrica de pneus, brinquedos, indústria de trigo e na Matarazzo. Também trabalhei durante 10 anos no Centro Educacional de Itaquera, lugar onde era para eu ter ficado apenas três dias para cobrir um funcionário. ”

José entrou na Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação no dia 26 de fevereiro de 1971, como extra numerário diarista, onde era contratado e conseguiria estabilidade se ficasse no cargo por cinco anos, pois seria feito um concurso interno de efetivação para os funcionários.

Nosso carismático entrevistado chegou ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho em julho de 1984. “Ligaram para mim no meio das férias, pois estava faltando funcionário no Pacaembu, vim direto para cá e não sai mais, já são quase 28 anos. E vou te dizer, tenho 25 férias acumuladas e em 41 anos de serviço público nunca faltei ou cheguei atrasado. Acho horrível quando pensam que funcionário público é preguiçoso e não gosta de trabalhar. Sempre cumpri direitinho minhas funções.”

No Pacaembu, Bravo, como é conhecido por todos, trabalhou de 1984 a 2008 como arrecadador e hoje está em cargo de confiança, pois já se aposentou, mas faz basicamente a mesma função. “Ser arrecadador é complicado, participei de 18 auditorias, mas graças a Deus deu tudo certo em todas. Me aposentei no dia primeiro de abril, e não foi mentira, mas pretendo continuar no Pacaembu enquanto me quiserem.Meu trabalho é muito bom. Esse Estádio é tudo na minha vida, consegui criar minha família através dele.”

Sobre histórias marcantes, ele relembra. “O Hollywood Rock foi um ótimo evento. Além disso, me lembro de alguns episódios, como a final da Super Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 95, a garrafada (episódio em que os torcedores arremessaram centenas de garrafas nos jogadores corintianos dentro de campo) no jogo entre Corinthians e Flamengo e uma briga na torcida da Portuguesa, onde uma torcedora me deixou todo arranhado. São situações trágicas, mas que serviram de lição para a melhora no policiamento, segurança e organização do Estádio.”

Nas horas livres José adora tocar violão. “Tenho um na minha sala e quando sobra um tempinho toco para os colegas. Minha filha que me deu, de Dia dos Pais. Na verdade, ela tinha comprado outra coisa e eu falei para ela trocar por um violão. Quando era moleque pedi um para o meu pai, mas ele achava que música era coisa de vagabundo, então abandonei esta paixão por muitos anos. Acho que se tivesse ganhado o instrumento nessa época teria seguido carreira, mas passou. Aprendi a tocar faz pouco tempo, sozinho. Virava noites treinando e agora já dá para fazer meus barulhos.”

O futebol é outra paixão de José Bravo. “Sou santista de coração. Tenho foto com Pelé, autógrafos dele em uma camisa e em duas bolas de futebol. Também tenho fotos com Neymar, Robinho, Bellini, Levinha e Rivelino.” E ainda revela ter um desejo de ajudar ao próximo. “Se o Pelé morrer antes de mim pretendo leiloar os artefatos e doar o dinheiro para uma instituição de caridade.” Dos diretores de seu clube de coração ainda ganhou uma placa com todas as maiores conquistas santistas.

E outra história relacionada ao Santos nos foi contada. “Eu trabalho no Pacaembu há quase 28 anos e até ano passado nunca tinha entrado no vestiário. Na final da Libertadores um diretor veio me chamar para conhecer. Fui lá, vi a festa dos jogadores, mas não gostei. Tinha que trabalhar e não me deixavam sair do vestiário. Não sei o que o segurança pensou, se achou que eu era da imprensa. Só queria terminar meu serviço.”

José Luiz Bravo Rezende é um funcionário exemplar do Pacaembu. E nesta comemoração de 72 anos do Estádio ele também merece homenagens. Esta é uma delas, é o nosso agradecimento por tantos serviços prestados. José Bravo também faz parte da nossa família. A Família SEME.