Meire e sua paixão pelo Pacaembu

A série “Essa é a Nossa Gente” traz hoje o perfil de Meire Nunes de Araújo, funcionária que já faz parte da história do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho

Texto: Paulo Sergio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br

Felippe Saccab
fsaccab@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Fotos: Felippe Saccab
fsaccab@prefeitura.sp.gov.br


A série “Essa é a Nossa Gente” começa hoje um especial sobre funcionários do Pacaembu para comemorar os 72 anos do Estádio Municipal. Nosso primeiro perfil é de Meire Nunes de Araújo, que coincidentemente completava o 50º aniversário no dia desta entrevista (04/05). Novamente, parabéns para você, Meire!

Paulistana, nossa entrevistada possui o ensino médio completo e entrou na Prefeitura por meio de concurso público. “Foi no dia 18 de abril de 1984, dia do primeiro apagão em São Paulo . Foi inesquecível.” Ela começou no apoio administrativo da Secretaria da Educação, onde ficou por oito anos. Depois, entrou na SEME como AGPP no Mini Balneário São Miguel, local onde trabalhou por cinco meses. Passou pelo Polo Leste I e finalmente chegou ao Pacaembu. “Em 1998 fui assistir ao jogo entre Corinthians e Vasco e foi só ali que descobri que o estádio não era do Corinthians. Não acreditava que era da SEME. Ao cair realmente a ficha fiquei muito animada e logo fui perguntar como fazer para me transferir para lá, um lugar onde sempre quis trabalhar."

Inicialmente, Meire trabalhou no PABX do Estádio onde atendia telefonemas do público. “A torcida do Corinthians não parava de ligar para saber se ia ter jogo, se poderiam comprar ingressos ou em quais locais poderiam ficar.” Meire foi então Secretária do Diretor, encarregada e chefe, função que ocupa hoje e na qual faz de tudo um pouco. “Lido com questões do RH, jurídico, engenharia, tudo que envolve o Estádio. Mas trabalhar aqui é muito gostoso, todos se apaixonam pelo Pacaembu, trabalham por amor. Eu sou Corinthiana roxa, mas sempre falo, antes disso sou Pacaembu Futebol Clube. Chego até a brigar quando falam que o Estádio é do Corinthians. Esse complexo é da população. Na semifinal do Campeonato Paulista, ano passado, nosso cliente era o Palmeiras e tinha um diretor do clube tão tenso na hora dos pênaltis que eu até pensei ‘coitado, tomara que o time dele ganhe’, mesmo jogando contra o meu time do coração.”

Momentos marcantes não faltam em sua profissão e Meire nos conta alguns. “O primeiro que vem na minha cabeça aconteceu em 2002. Eu estava no salão nobre e assistia à partida entre Corinthians e Vasco quando no placar eletrônico apareceu ‘Palmeiras rebaixado’. A torcida do Corinthians começou a vibrar e a do Vasco não entendeu nada porque estava 1x1 em um jogo que não valia nada, já no final do campeonato. Foi muito engraçado. Outra coisa que me lembro bem foi que após a reforma do gramado e muito tempo sem jogos no Pacaembu, estávamos todos tensos para saber se a primeira partida do Corinthians na volta do Estádio seria perfeita. Em cima da hora percebemos que o placar eletrônico não estava funcionando e foi uma correria, todo mundo desesperado, até que o motorista do time adversário nos ajudou. Ele deu um tranco no placar que só ai voltou a funcionar. Todos suspiraram aliviados.”

Dois momentos marcantes que não tem a ver com futebol também lhe vieram à cabeça: “O show do Roberto Carlos foi inesquecível. O astral do Estádio se transformou, ficou mais leve. A organização e estrutura foram maravilhosas. Além disso era muito legal ver todas as senhorinhas super produzidas. A outra história é meio misteriosa. Estava trabalhando a noite e além de mim só havia um estagiário no Estádio. Meu chefe havia saído e falou que voltava logo, mas não voltou e eu perdi a noção do tempo fazendo várias coisas. Então, do nada, comecei a ouvir passos. Achei que fosse o estagiário e até xinguei o coitado. Mas ouvi os passos de novo e além disso senti um perfume muito forte. Fiquei arrepiada e levantei para ver quem era, mas não tinha ninguém e a porta da saída estava trancada por fora. Comecei a gritar ‘quero sair’ ‘me tira daqui’ e a chamar o segurança. Ele havia trancado a porta porque achou que não tinha mais ninguém no prédio, mas os passos e o perfume são inexplicáveis. Olha, passei um sufoco.”

No futuro, Meire pretende se aposentar e continuar trabalhando no Pacaembu. “São vinte e oito anos de Prefeitura. Daqui a dois anos e mais um pouco de pedágio conseguirei minha aposentadoria, mas não quero parar de trabalhar, não gosto de ficar sem fazer nada.”

Nas horas livres, nossa perfilada do dia gosta principalmente de viajar. “Já fui a Santa Catarina, Paraná e gostei demais de Porto de Galinhas.” E sobre os esportes, ela diz: “Antes era fanática e assistia aos jogos na TV, mas com o trabalho isso se tornou algo comum.”

“O Pacaembu é uma vitrine, aqui a gente se vira nos trinta, faz de tudo, sempre apaixonados pelo trabalho.” Meire é uma das funcionárias que estão há mais tempo no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho e sempre trabalhou muito para cumprir suas funções da melhor maneira possível. Ela também faz parte da nossa família. A Família SEME.