Texto: Paulo Sérgio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br
Vanessa Dini
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Foto: Paulo Gervino
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Seu nome completo é José Cintra Torres de Carvalho, mas todos o conhecem pelo apelido: Juca. O porquê do apelido, ele mesmo nos conta (ou tenta): “Quando meus pais casaram, fizeram um acordo que dizia que o primeiro filho que eles tivessem levaria o nome do avô ou avó paterno, e o segundo, de algum dos avós maternos. Eu fui o segundo da lista, e fiquei com o nome de meu avô, que era José, só que todos o chamavam de Juca, era o Juquinha Cintra. Não sei porque ele tinha esse apelido, mas desde que nasci todos já me chamavam assim.”

Juca é Paulistano, tem 59 anos, sendo 35 na Secretaria de Esportes, e possui uma formação de dar inveja.

Graduado em Educação Física, pela USP e em Direito, pela UNIP, com pós-graduação em Ginástica Artística, feita na Universidade de Colônia, na Alemanha, e em Biomecânica, pela USP, ainda possui MBA em Gestão de Pessoas, do Instituto Mauá de Tecnologia e em Proforge (curso de gestor público), também pela USP.

A escolha por um curso de pós-graduação na Alemanha foi feita pois o país, apesar de ficar atrás de Rússia e Japão, era uma potência na ginástica, e tinha as vantagens de possuir uma cultura mais ‘ocidental’, parecida com a nossa. Além disso, Juca não teria problemas políticos ao voltar para o Brasil (era época da Ditadura Militar), e ele conhecia alguns contatos da colônia alemã (pessoas com as quais trabalhou em um acampamento) que lhe ajudaram na busca por uma vaga na faculdade do país e no aprendizado do idioma.

Em 1976, Juca, que trabalhava como técnico do Paulistano, foi convidado para ser professor de ginástica no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, que ainda estava no papel para ser inaugurado. Até o prédio do COTP ser construído, ele deu aulas no Pacaembu e no Pinheiros.

Em 1978, após prestar concurso público, Juca foi efetivado como técnico de Educação Física na SEME.

Na Secretaria, nosso perfilado do dia passou pelo COTP, depois trabalhou no Pelezão, no Mané Garrincha, voltou ao COTP, ficou então dois anos de licença. Ao retornar à SEME, trabalhou no Mini Balneário Vila Sabará e agora está na área administrativa com assessoria jurídica. Todos os serviços anteriores ao atual foram como professor ou técnico de ginástica artística. Por que ele decidiu parar com as aulas? “Porque não aguentava a indisciplina dos alunos, fiquei desiludido. E também por causa do cansaço, foram quase 30 anos dando aulas.” (Fora da SEME, Juca também deu aulas durante 26 anos na UNISA e na FMU).

“Sou adepto a mudanças, tive 3 fases: primeiro fui professor de Ed.Física na SEME ou em clube, depois fui empresário (teve uma fábrica de equipamentos de ginástica) e professor na SEME, e então fui professor de Ed.Física e tive papel administrativo. Agora estou na 4ª fase.”

Atualmente, Juca cuida da assessoria jurídica da SEME. Ele passou um bom tempo no CGEE, antigo DUEAT, onde cuidava de processos de regularização de área, e visitava os Clubes da Comunidade para checar o funcionamento, e conhecer o pessoal responsável. Agora, ele mudou de setor, mas continua esse trabalho, (só não faz mais visitas), e lida com leis, responde ao Ministério Público, entre outras funções.

O trabalho no CGEE, com as visitas aos CDC’s, foi marcante para Juca. Ele conta: “Fui trabalhar lá virgem de tudo, não sabia o que faria. Não conhecia a vida dos Clubes, os campos de várzea, nada. E nas visitas, eu conheci um mundo muito diferente, pessoas de todas as classes sociais, cantos de São Paulo que eu não imaginava que existissem. Foram quase 500 locais. E eu me apaixonei, gostei muito de conhecer esse lado da cidade.” Juca fez parte da reconstrução do setor, que, pela falta de apoio havia “desaprendido” a dar satisfação à Prefeitura. “Tenho muito orgulho do projeto que fiz com os CDC’s. Foi um trabalho de cativar novamente as pessoas, e eu fiquei cativado. Comecei então a dar um curso de gerenciamento de clubes esportivos aos funcionários, e as aulas deram tão certo que isso virou lei. A SEME passou a ser obrigada a oferecer os cursos e o pessoal tinha que fazê-los.”

Para o futuro, nosso entrevistado quer “crescer no Direito”, e, apesar de no ano que vem completar o tempo necessário para sua aposentadoria, ele não quer parar de trabalhar.
Nas horas livres, Juca pratica condicionamento físico, joga futebol e está aprendendo a jogar tênis. Torce para o São Paulo Futebol Clube, mas sem fanatismo. Além disso, ele gosta de viajar, seja para acompanhar o projeto social de ginástica que ele assessora, ou a turismo. Têm conhecido o Brasil e a América do Sul. “Às vezes vou de avião, às vezes vou de moto, em grupos, é o Incrível Exército de Brancaleone. (citação ao filme de mesmo nome)”

Juca já exerceu inúmeras funções em sua vida profissional, cresceu junto com o COTP e a Secretaria, e nós só temos a agradecê-lo. Ele também faz parte da Família SEME.