O Esporte Adaptado é um esporte criado para atender às demandas de pessoas com algum tipo de deficiência, tendo como seu principal objetivo possibilitar oportunidades iguais de envolvimento na atividade física, competição e realização pessoal.

A prática de exercício agrega positivamente no aspecto social e emocional, isso porque uma vida mais ativa ajuda na descoberta de potencialidades, aumenta a autonomia para realização das atividades diárias, melhora o humor, reduz a sensação de estresse e os sintomas de ansiedade e de depressão, auxilia na reabilitação e na ampliação do ciclo de amizades.

Além dos benefícios psíquicos, se exercitar gera benefícios físicos como agilidade, equilíbrio, força muscular, coordenação motora e resistência física, prevenindo também as enfermidades secundárias à deficiência.

A Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo (SEME) apoia o paradesporto disponibilizando o espaço dos Centros Esportivos espalhados pela capital para a prática de modalidades adaptadas, como por exemplo a utilização do Centro Esportivo Mané Garrincha e o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) para as aulas lecionadas pela Associação Paradesportiva JR SP.

A JR SP tem como missão valorizar e ampliar a visibilidade e o potencial da pessoa com deficiência intelectual através do esporte, oferecendo atividades como ginástica, dança, futsal, natação e atletismo de forma gratuita. “Nós temos iniciação esportiva a partir dos cinco anos, então o processo com eles é ensinar a independência, organização e disciplina, tudo isso acaba ajudando eles na escola ou no caso dos mais velhos no campo de trabalho.” explica Cristina Heitzmann, professora de Educação Física da Associação. “Na iniciação nós preparamos as habilidades naturais, a coordenação e principalmente preparamos para o treinamento, para ter concentração, atenção e disciplina que precisa.” complementa. 

Os benefícios do esporte é algo completamente perceptível no dia a dia dos atletas, para a Sandra, mãe do Caio, atleta com síndrome de down e transtorno do espectro autista (TEA) que frequenta a Associação JR SP há 15 anos, “a mudança é visível, na parte da saúde e na parte de socialização com o grupo de amigos, é só ganho! Aqui o manejo da associação tem com os meninos é uma espécie de terapia, até para nós mães que ficamos aqui aguardando é uma espécie de troca, são benefícios pra todo mundo!” comenta. “Eles são capazes de muitas coisas, é só acreditar e dar oportunidade.” destacou.

Hoje o esporte adaptado é muito mais que uma terapia, apresentando-se com um alto rendimento e nível técnico dos atletas, inclusive tendo competições de nível mundial, como as paraolimpíadas. No Brasil, são muitos os atletas paralímpicos que se destacam, como o nadador Daniel Dias, o judoca Antônio Tenório, a parataekwondista Débora Menezes, e muitos outros.

O Centro Esportivo Mooca recebe desde os anos 70 um time de atletas com deficiência auditiva e visual para o treinamento de Judô, tendo destaque no cenário nacional e internacional na modalidade paralímpica. Desde 2005 o CE sempre manteve diversos atletas participando das principais competições da modalidade, incluindo os Jogos Paralímpicos, Campeonatos Mundiais e Jogos Parapanamericanos.

Atualmente já são 6 atletas que treinam no CE Mooca classificados para os Jogos de Paris de 2024: Brenda Freitas, Lucia Araujo, Rebeca Silva, Harlley Arruda, Elielton Oliveira e Erika Zoaga. Além da atleta Alana Maldonado, líder do ranking mundial em sua categoria, já colecionou diversas conquistas em sua carreira como por exemplo, se tornar a primeira mulher brasileira do judô a conquistar a medalha de ouro em uma edição dos Jogos Paralímpicos.

Texto e Fotos: Laura Bressan | laurabressan@prefeitura.sp.gov.br
Arte: Laura Alves | lauraferreira@prefeitura.sp.gov.br