Prepare sua mochila. Apenas com o necessário: água, protetor solar, saco de dormir, comida, repelente e talvez seja bom levar alguns valores éticos também. Sim, isso mesmo. Tudo faz parte dos ensinamentos dados aos escoteiros quando estão a caminho de um acampamento no fim de semana. Porém, alguns dos itens podem ser utilizados não apenas para acampar.

Segundo os Escoteiros do Brasil, o escotismo surgiu através do ex-general inglês Robert Baden-Powell, em 1907, com o intuito de tornar-se um movimento educacional. Logo em seguida, em 1910, quando o Encouraçado Minas Gerais chegou ao Brasil vindo da Europa, com roupas e acessórios de escoteiros, foi fundado o primeiro grupo brasileiro no Rio de Janeiro, o Centro de Boys Scouts do Brasil. Desde então, a prática se espalhou pelo País e hoje já são mais de 1400 grupos de escoteiros em 671 cidades.

O Grupo Escoteiro São José de Vila Formosa 110/SP, por exemplo, existe há 58 anos e tem cerca de 180 integrantes. Atualmente, é um dos dois grupos que ocupa o Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador (CERET), na Zona Leste de São Paulo.

Para a chefe-escoteira Milyam Kobayashi, 48, lealdade, convívio, desenvolvimento de caráter e social estão entre os princípios dos escoteiros. Milyam explica que para atrair as crianças eles se utilizam das brincadeiras que têm como intenção maior ensinar os princípios. “O nosso objetivo, como chefes de escoteiros, é manter eles motivados. O tempo todo tem competições, mas competições saudáveis e sempre há uma intenção moral nas atividades”, ressalta. 

Os grupos são divididos por faixa etária (ou ramos) e, a partir dos sete anos, as crianças podem se inscrever. A categoria dos pequenos leva o nome de lobinho, pois tem como fundo de cena a história de Mogli, o menino lobo. Ainda há os ramos escoteiros que têm como base a aventura (11 a 14 anos), o desafio (15 a 17 anos) e o serviço - ramo pioneiro, cujo pano de fundo de cena é servir (18 a 21 anos). Para o chefe da tropa escoteira do Grupo Escoteiro Orzeł Biały 368/SP, Edson Dobgenski Júnior, 44, o escotismo ainda é uma atividade atraente às crianças apesar do interesse primário ser dos pais. “É uma atividade que eles não fazem no dia a dia. Tem uma parte lúdica bem legal e tem a parte de aventura para os mais velhos”, afirma.

O grupo Orzel Bialy foi acolhido pelo CERET em 2011 e, além do propósito dos escoteiros – “desenvolvimento das potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais” –, ensina também um pouco da cultura da Polônia, já que sua fundação no Brasil foi feita pela comunidade polonesa.

Apesar dos adultos que coordenam os grupos serem voluntários, por uma questão de segurança, é necessário associar-se à União dos Escoteiros do Brasil, e realizar uma contribuição mensal ao grupo do qual faz parte - essa destinada aos materiais. Caso seja comprovada a necessidade, há possibilidades de isenção de ambas as taxas.

O Orzel realiza os encontros no parque, todos os sábados, das 9 às 12h, e o São José das 14 às 18h. Alguns ramos estão com listas de espera, mas se você se interessou, pode ir até o CERET saber mais informações.

 

 

Serviço:
CERET – Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador
Rua Canuto de Abreu, s/nº, Tatuapé
CEP: 03336-060

Texto: Beatriz Gois – beatrizgois@prefeitura.sp.gov.br
Fotos: Francisco Lima (Arquivo do grupo Escoteiros São José de Vila Formosa )