São Paulo City Marathon marcada pela inclusão

“Depois de começar a correr, o desenvolvimento social dele melhorou em 110%”, revela pai que correu junto com filho, que nasceu com paralisia cerebral

A Praça Charles Miller, que abriga o Estádio do Pacaembu, foi palco da largada da São Paulo Marathon City nesse domingo, 30. Ter que acordar cedo não foi obstáculo para os quase 13 mil inscritos que participaram da corrida.

Organizada pela Iguana Sports, a SP Marathon City recebeu atletas de 22 países diferentes, além de ter um representante de cada estado brasileiro, que alternaram na escolha entre a prova de 21 km e a de 42 km, com as categorias masculina e feminina, incluindo cadeirantes.

As corridas de rua costumam revelar grandes histórias e figuras da cidade, e dessa vez não foi diferente. Dentre os milhares de corredores, o analista de seguros de vida André Amorim, 22, encarou a meia-maratona junto com o seu filho Miguel, 5, que nasceu com paralisia cerebral. Os dois já fizeram outras provas juntos, mas essa foi a mais longa. André explica que essa atividade física foi a melhor terapia encontrada, até então. “Ele fica super feliz, porque todo mundo brinca com ele, grita, chama o nome dele. Para ele, isso é incomparável”.

O esporte beneficiou não somente a parte física do pai, mas também a forma com que o filho socializa com as outras pessoas. “O Miguel era uma criança muito fechada. Depois que começamos a correr, a atividade trouxe essa interação com as pessoas e isso gerou nele uma confiança. O desenvolvimento social dele melhorou em 110%”, completou o analista, que visa agora alcançar a prova de 42 km.

Quem frequenta as corridas de rua sabe que elas têm uma característica diferente. A competição não é entre um corredor e outro – o que se observa, na verdade, é o contrário, pois cada participante incentiva o colega ao lado. É uma disputa individual, como destacava o locutor Leandro Pricoli a cada pelotão que passava. “Faça o melhor para você mesmo, hoje é dia da sua vitória”, falava ao microfone a cada largada – foram cinco grupos no total.

Independentemente de quem chegou primeiro, fica o registro da conquista de cada um. Desde o Ricardo Baptistella, cadeirante, que fez o menor tempo entre os inscritos, até o André Amorim, que chegou muito depois, mas recebeu a medalha e o sorriso do filho.


Resultados

Maratona – 42 km Feminino - cadeirantes
1 - Jéssica Ferreira - 01:57:21
2 - Danielle Bo - 02:40:52

Maratona – 42 km Masculino - cadeirantes
1 - Fábio Faborges - 01:28:39
2 - Ezequias Prado - 01:40:39
3 - Filipe Magela - 02:08:57
4 - Alexandre Figueiredo - 02:42:24
5 - Mário Graça - 02:44:52

Meia-Maratona – 21 km Feminino - cadeirantes
1 - Danielle Cristiano - 02:08:08
2 - Beatriz Pineda - 03:32:50

Meia-Maratona – 21 km Masculino - cadeirantes
1 - Ricardo Baptistella - 00:59:07
2 - Edson Santi - 01:31:15
3 - André Júnior - 01:53:27

Maratona – 42 km Feminino
1 - Tecla Chebet - 02:45:50
2 - Gisele Jesus - 02:57:34
3 - Noeme Pereira - 02:57:34
4 - Christina Pousada - 03:03:38
5 - Conceição Oliveira - 03:06:24

Maratona – 42 km Masculino
1 - Laurindo Neto - 02:20:09
2 - Antônio Lima - 02:21:14
3 - Vagner Noronha - 02:22:37
4 - Kiprop Mutai - 02:23:57
5 - Mércio Ferreira - 02:24:19

Meia-Maratona – 21 km Feminino
1 - Valdilene Silva - 01:17:10
2 - Andreia Hessel - 01:18:38
3 - Fabiana Silva - 01:19:42
4 - Michele Lima - 01:22:35
5 - Juliana Medeiros - 01:23:52

Meia-Maratona – 21 km Masculino
1 - Gladson Barboza - 01:06:11
2 - Samuel Nascimento - 01:06:31
3 - Rafael Novais - 01:06:52
4 - Ronicesse Lima - 01:07:31
5 - David Kiprotich Bowem - 01:08:17

 

Texto e fotos: Guilherme Guidetti - gguidetti@prefeitura.sp.gov.br