Dias de luta, dias de glória

A emoção dos jogadores, das famílias e dos amigos da Seleção de Itaquera


“Jogar no Pacaembu foi muita emoção, pensar que muitos craques já passaram ali onde eu estava pisando”, com um largo sorriso no rosto, diz Pedro Henrique, mais conhecido como “Pedro Louco”, o camisa 13 da Seleção de Itaquera. Para ele e uma dezena de garotos, o dia 25 de Abril de 2015 será lembrado por toda a história, incluindo suas famílias e amigos que estavam no estádio.

Alegria, comoção, superação. Eram tantos os sentimentos que tentavam descrever o momento único que estavam vivendo, mas nenhuma palavra conseguiu traduzir o que sentiam.
Para Nádia Carvalho, mãe de Mikael Victor, tudo parecia um sonho: “É muita emoção, não esperava que um dia ele jogasse aqui”. Ela foi com seus dois filhos, três sobrinhos, o cunhado e a irmã, para prestigiar o rebento.

Com os olhos marejados, Élida Cardoso diz: “Estou muito emocionada”. A mãe do zagueiro Kauan mal conseguia falar, seu sorriso se confundia com as lágrimas de felicidade ao ver o filho entrando em campo. Seu esposo, Flávio Cardoso, era um dos mais animados: “Estou ansioso, orgulhoso”. A família prestigiou o pequeno jogador com camisetas personalizadas, com direito a foto e o número da camisa do menino, 3. Para Kauan, a torcida fez toda a diferença: “Eu fiquei muito feliz de ver meu pais, meu amigos e meus familiares torcendo por mim e pelo meu time.”
 


O atacante Cleisson Santos era só alegria. O garoto chegou cedo e levou boa parte de sua família para ver o show do time: “Fiquei orgulhoso deles terem vindo me ver jogar”, ele revela. Nervosa, ansiosa e quase sem palavras, Alessandra Dias, mãe de Cleisson diz: “É uma emoção grande, orgulho de ver meu filho realizar o sonho dele”. Com um largo sorriso no rosto, Airton de Souza, pai do jogador, completa: “Filho, tenha fé e perseverança que você conseguirá o que deseja.”

Jhonata Santos fez questão de entrar com seu irmão mais novo no colo, o pequeno David Miguel: “Foi muito legal! Realizei um sonho de jogar no Pacaembu, onde muitos jogadores bons já jogaram, como Ronaldo e Neymar”. O atacante foi eleito um dos melhores da partida e confessa: “O jogo foi muito pegado, estava muito difícil, tinha um certo equilíbrio, mas graças a Deus conseguimos ganhar nos pênaltis e ser campeões”.



TRADIÇÃO DE FAMÍLIA

A amizade, proximidade e confiança entre os atletas é notória. No caso de dois deles, os laterais Luiz Felipe Matias, o Keke, e Lucas Nascimento, o Lukinhas, além de amigos de time, são também primos.

Lukinhas é São Paulino, fã do meio campista Ganso e quer jogar na Alemanha, mais precisamente no Bayer de Munique. Menino tímido, sorridente, mas que dentro de campo, se transforma. Sobre a vitória, o menino comenta: “Foi tipo um clássico do ano. Nunca vou esquecer esse jogo, minha família gritando sem parar!” Para a mãe do jogador, Luciana Matias, o filho é exemplo: “Ele é um menino incrível, nunca me deu trabalho em nada, temos muito orgulho disso.”

Keke é lateral esquerdo, torcedor do Santos e sonha em jogar em seu time do coração. Mas também se imagina fora daqui. O atleta sonha em ir para a Inglaterra: “Quero jogar no Manchester City”. Aquele garoto calmo, faceiro, que quando entra em campo vira um verdadeiro gigante. Para os colegas de time, ele é exemplo: “O Keke é um excelente jogador”, revela Kaina Caixeta, o Mineirinho.

Sobre a partida no Pacaembu, Keke diz: “Eu achei o jogo um clássico, difícil e decisivo. Os dois times estão de parabéns.”Luiz Cláudio Matias fala com grande alegria em ver o irmão no estádio: “A emoção é grande, ele sempre disse que ia jogar aqui e agora está realizando o sonho dele”. Robson Matias, tio dos meninos revela: “É uma emoção muito grande, sem igual. A oportunidade que eu não tive eles estão tendo.” Orgulhosa por ver os dois em campo, Luciana acrescenta: “É uma felicidade que não sei descrever, fico emocionada, com o coração na boca. Não tem dinheiro que compre tudo o que senti naquele momento.”
 

BASTIDORES

Uma seleção certamente não é feita somente por seus jogadores e técnicos. Da subprefeitura de Itaquera, veio o apoio da supervisora de esportes, Carolina Anacleto. Para ela, chegar na final foi como um sonho: “Uma sensação única, de felicidade, realização. Pareciam meus filhos ganhando o troféu, chorei como se fossem realmente. Como supervisora, tenho a sensação de missão cumprida”. Ela ainda fala do desenvolvimento do time ao longo do campeonato: “Eles começaram como gatinhos assustados e terminaram como leões vencedores. Pois a união da equipe e a força de vontade junto com a humildade foram tudo”. Ao seu lado, Marcio Issa, coordenador do Centro Esportivo José Bonifácio e padrinho dos meninos, era só alegria: “Lutamos até o final, para vencer”.



 

O COMANDANTE

O caminho da vitória teve lá seus percalços. Foram sete jogos oficiais pelo campeonato, sendo quatro vitórias, dois empates e uma única derrota, justamente para o time que enfrentaram na grande final. A equipe ainda fez outros cinco amistosos preparatórios para o grande dia, tendo três vitórias e dois empates.

O técnico Gilberto Roque não deu moleza para os garotos e apesar da boa campanha, foi categórico. Em todos os jogos, sua nota foi a mesma: 6. Após a conquista do título, veio a felicidade: “Hoje a nota é 8,5”, disse o Treinador. Apesar de rigoroso, Giba, como é chamado pelos meninos, é muito admirado e respeitado pelos jogadores. “Ele é um excelente técnico, chegamos na final por causa dele”, acrescenta Pedro Malva.

E sem dúvidas, o maestro desta grande orquestra foi merecedor do título. Debaixo de sol, chuva, vento e independente das condições climáticas, Gilberto estava sempre lá, com a mesma seriedade e competência. Tratando os meninos de igual para igual, montou uma seleção forte, unida e muito bem esquematizada taticamente. Embora cada um tivesse seu brilho individual, Gilberto conseguiu fazer com que esta constelação, unida, iluminasse todo o Pacaembu.
 

 

Texto: 
Stephanie Frasson – sbffranco@prefeitura.sp.gov.br

Fotos:
Stephanie Frasson – sbffranco@prefeitura.sp.gov.br
Francisco Pinheiro – fbpinheiro@prefeitura.sp.gov.br
Luciana Matias

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