Nas braçadas do sucesso

Promessa do COTP, Mike busca grandes histórias dentro da natação

 


Ser atleta não é uma profissão fácil. Principalmente, quando se tem 20 anos e a fase da sua vida, tecnicamente, seria destinada aos estudos e vida social. Entre as dietas, os treinos e o stress causado pelas competições há a busca por se superar cada vez mais e alcançar um posto entre os melhores do mundo.

Como muitos que estão nessa luta, aparece o jovem Mike Alan Cruz (20), um dos nadadores do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). Desde os oito anos, o menino que nasceu e se criou na zona sul de São Paulo- mais precisamente no bairro de Santo Amaro- tem uma boa relação com a água.

Aprendeu as primeiras braçadas em uma academia e a partir daí não parou mais. Nesses treinos viu a evolução até que com 13 anos de idade foi apresentado ao Centro Olímpico, de onde nunca mais saiu. Os primeiros treinamentos se tornaram em grandes competições que, para ele, foram importantes na decisão de encarar o esporte como profissão. “Antes a natação era apenas um hobby, com 15 anos vi que queria isso pra vida”.

Como todo atleta, Mike tem o sonho de chegar defender as cores do Brasil em grandes competições e, quem sabe, chegar a uma olimpíada. A ambição é grande, mas não lhe falta força de vontade e foco para alcançar esse objetivo.


O dia a dia

A rotina do jovem não é fácil. Todos os dias, ele acorda às 6h30, toma seu café e segue para mais um dia de batalha. O treino vai das 9h às 11h30, com a parada para o almoço. Às 14h30  volta ao trabalho de musculação e, depois treina até as 18h, dentro d’água.

Para realizar seus sonhos, é necessário se esforçar até em tempos de “descanso”. Mike realiza treinos em casa para complementar o que é feito no Centro Olímpico. “Faço algumas coisas auxiliares, de prevenção. Trabalho de colo, de ombro para não lesionar”, conta.

O medo, aquela sensação de alerta que causa certo receio em algumas situações do nosso cotidiano, também faz parta da vida do Prata da Casa. Para ele, o que lhe causa mais preocupação é ter que parar com tudo. “Meu medo é acontecer alguma coisa e que eu tenha que parar de nadar”.

Quando é perguntado sobre algo que exausta em toda rotina, Mike não mede as palavras, e nem demora a pensar para dizer com todas as letras: a dieta. “Isso é muito chato, você quer comer as coisas e não pode. Eu tento tirar de letra, penso no que eu quero. Se eu comer um hambúrguer, por exemplo, pode me atrapalhar. O ‘nutri’ diz que faz mal, então, eu ‘vou na’ dele. Vai que eu perco alguma competição por isso, né?”

O futuro fora das raias

Muito se engana quem pensa que só porque alguém lida com esporte que há a pretensão de se especializar na área de Educação Física. O nadador, apesar de viver nesse mundo, afirma que seu verdadeiro sonho é a área da psicologia. “Não quero ser treinador, gosto muito da mente”, diz.
Quando cai na água, o não poder ouvir o mundo lá fora é uma sensação única. “É só você, os azulejos e a água. Só isso que tem lá. Ali eu penso tanta coisa. É a hora do dia que eu mais penso e, dependendo de como for, eu consigo ter um treino bom ou ruim.Trabalho bastante essa coisa da psicologia, pra mim é importante e me interessei. Dá pra ajudar bastantes pessoas”.

A força da arquibancada

Ter o apoio de quem se ama é algo importante para qualquer área da vida, e o esporte não fica de fora disso. Mike conta que mesmo na fase “ruim” de sua história com a natação, sua mãe foi uma das pessoas que sempre esteve ao seu lado.

A equipe que forma um nadador é enorme. São os técnicos, psicólogos, nutricionistas e todo o apoio da arquibancada. E, por isso, que Mike afirma ser o melhor esporte que existe. Além disso, dentro d’água o atleta tem que incorporar todo apoio e dar o melhor de si. A responsabilidade é grande, mas compensadora.

Texto e fotos: Ludmilla Florencio - ljflorencio@prefeitura.sp.gov.br
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