Do outro lado do campo

Conheça o drama das famílias dos pequenos heróis da Copa SP14

 

“Você vai entrar no campo? Leva esse band-aid pro meu menino, por favor! Ele é aquele cabeludinho de azul.” Foi assim que Monica Espadas, 41 anos, me abordou na partida entre Sapopemba X Vila Prudente, no CDC Serra Morena. Seu filho é o pequeno Vinicius Espadas, de apenas 13 anos. Além do cuidado, ela diz ter um enorme orgulho em ver o filho jogar e revela: “sempre o acompanho, seja onde for”.

Elas gritam, riem, choram e sofrem junto. Do lado de fora dos gramados, é claro. Mas o coração está sempre no campo, de olho nos rebentos. Debaixo de sol, chuva e ventania, estão em todas as partidas. Também do time de Sapopemba, Marisa Sobral, 44 anos, mãe do goleiro João Victor da Silva, 13 anos, completa: “Não deixo meu menino sozinho nunca”.
 

 

E não são só as mamães de plantão. Muitos pais também marcam presença nos jogos. Adenilson do Amaral não perde nenhum lance do filho, o camisa 10 do time de Guaianases, Ruan do Amaral. Ele diz: “É gratificante acompanhar, ele se dedica muito”. Para ele, estar por perto nesse momento é fundamental: “ É essencial a participação da família, eles se sentem acolhidos”.

Norma e Cristiano Ciriaco, pais de Rafael Ciriaco, atacante da “seleção” da Vila Maria/Vila Guilherme estão sempre juntos com o pequeno e têm visões diferentes. Ele diz: “Fico feliz, ansioso pra ver ele jogar. Mas a mãe grita muito”. Ela defende: “Esse é o sonho dele desde pequeno. Chego a passar mal em dias de jogo, até quando ele tá no banco. O pai é mais calmo.” Mas em uma coisa, os dois concordam: “quando a gente não vem, ele reclama”.
 

Ainda do time dos vermelhinhos da zona norte, Gleane Alves, mãe do atacante Lucas Alves, de 13 anos, revela: “O esporte ensina, traz responsabilidade. Vejo a diferença do meu filho para os outros da idade dele. E independente de se tornar um jogador profissional, ele tem todo meu apoio”. E que apoio! Gleane é uma das mais animadas. Ela grita com o juiz, chama pelo filho, é literalmente a voz da partida: parece que a qualquer momento vai ultrapassar as grades e pular no campo. O camisa 11 não reclama: “Acho muito importante. Ás vezes, quando erro uma jogada, todo mundo fica falando um monte de coisa. Ela sempre tá lá, me apoiando e isso é um incentivo, pra jogar mais, ir pra cima, tentar dar meu melhor.”

Sem dúvidas, a presença da família nesse momento único e tão importante faz toda a diferença na vida dos atletas. Do time de Santana, Mario Garcia, pai de Gabriel Lemos, 13 anos, faz um alerta: “A gente não pode atrapalhar, porque quem manda é o treinador”. Ele ainda completa: “No fim do jogo sempre dou um feedback, ensino.” Para ele, além da excelente estrutura do campeonato, é importante a experiência de seu filho participar de um grande evento com esse.

No time adversário, Ronaldo da Silva era um dos mais orgulhosos. Pai de Nycolas do Nascimento, jogador de Itaquera, ele acrescenta: “tem que incentivar mesmo, porque é difícil ter uma oportunidade. Gosto de ver a evolução dele e a vontade de jogar também. É algo único”. Com um largo sorriso no rosto, ele completa: “Não sei quem fica mais bobo”.
 

Texto e Fotos: Stephanie Frasson – sbffranco@prefeitura.sp.gov.br

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