Protocolo de cooperação entre Prefeitura e Unifesp viabiliza Bairro Universitário

Por Paulo Kehdi

O Projeto do Bairro Universitário na Vila Clementino, zona sul da capital, idealizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Prefeitura de São Paulo em 2006, entra numa nova fase. Foi assinado no útimo dia 18 um protocolo de cooperação entre a Prefeitura e a Unifesp. O objetivo do documento é formalizar o compromisso das instituições em atuar de comum acordo. Estudo realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) cria mecanismos para que o bairro, voltado para a área da Saúde, tenha um comprometimento com a cidade como um todo. O projeto urbanístico, que vai readequar o seu entorno (sete quadras), é de responsabilidade da SMDU.

“Considero essa parceria um modelo de gestão a ser seguido, uma referência para outros municípios. Temos investido muito na área da saúde, no atendimento público e na qualificação do funcionalismo. Ano passado destinamos 21% do orçamento municipal para a secretaria. Os trabalhos feitos pela Unifesp e pela sociedade paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), fundação mantenedora do Hospital São Paulo, são de extrema relevância para o sucesso das políticas públicas nesta área. Quero reforçar meu reconhecimento e gratidão por tudo o que está sendo feito. O Bairro Universitário vai aprimorar e acelerar as transformações que queremos na saúde”, afirmou o prefeito, que foi homenageado com medalha da Unifesp durante o evento.

Realizado preliminarmente na Secretaria de Planejamento (Sempla), o estudo do projeto Bairro Universitário foi aprovado em 2007 pelo Ministério da Educação (MEC). A SMDU desenvolveu as principais diretrizes, com base no que foi acordado originalmente. A intenção da secretaria é complementar com uma readequação urbana, promovendo uma integração com a cidade, já que essa é uma área diferenciada, única na América Latina, que serve a moradores do Brasil e do mundo.

Previsto pela Área de Intervenção Urbana (AIU) Pedro de Toledo, o projeto contempla diversas intervenções. Desde uma reorganização do complexo hospitalar – que inclui o Hospital São Paulo e a Escola de Medicina –, passando pela criação de áreas de estacionamento, novas edificações, a implantação de mobiliário urbano de qualidade e de dispositivos de iluminação e acessibilidade, entre outros. Uma significativa melhora nas condições ambientais, com a criação de caminhos verdes, praças e a aplicação do conceito de permeabilidade do uso do solo, também é prevista no estudo promovido pela SMDU.

As metas principais a serem alcançadas incluem a concentraço das atividades da Unifesp e uma conseqüente melhora na logística de atendimento da população, com a criação de corredores de serviços e um percurso universitário integrados. Vale ressaltar que existe uma fragmentação na região. São 270 imóveis ocupados pela Unifesp e pela SPDM, espalhados por uma área de 170 hectares. Os estudos da SMDU mostraram que existe um conflito entre a distribuição de atividades do complexo e dos serviços públicos oferecidos, além de uma inadequação dos espaços das edificações, que necessita ser corrigido.

A Prefeitura e a Unifesp vêm mantendo uma relação de cordialidade e cooperação. “Ambos os lados têm mostrado muita boa vontade, pois o projeto é essencial para a cidade. Queremos dar um atendimento mais humanizado à população, já que hoje o Hospital São Paulo atende 25% dos encaminhamentos do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma Paulo Pontes, professor titular da Unifesp e coordenador da comissão de verticalização. E a Universidade quer expandir seus serviços. “Queremos implantar um hospital de acidentados (catástrofes). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um para cada 2,5 milhões de habitantes, porém a cidade não tem. Além disso, queremos criar uma Faculdade de Odontologia. O projeto pedagógico já está pronto”, diz Pontes.