Com ruas exclusivas para pedestres, Programa Ruas Abertas Liberdade completa seis meses com aprovação dos frequentadores

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo promove a ocupação exclusiva por pedestres de quatro ruas na Liberdade aos domingos e feriados; iniciativa tem sido elogiada por quem frequenta o bairro que tem grande valor histórico e cultural para cidade

No mês de abril, o Programa Ruas Abertas Liberdade completa seis meses de implantação e quem ganha o presente é o cidadão paulistano, que pode caminhar livremente pelas vias de um dos bairros mais tradicionais da cidade. A iniciativa da Prefeitura de São Paulo conquistou os moradores do centro, e atrai pessoas de diversas regiões, além de encantar turistas de outras cidades, estados e países.

Caminhar pela Liberdade tornou-se uma boa alternativa de lazer aos domingos e feriados. As ruas dos Estudantes, dos Aflitos, Américo de Campos e Galvão Bueno são as quatro vias públicas que fazem parte do programa e ficam livres de carros para a circulação exclusiva de pedestres das 9h às 16h. Centenas de pessoas circulam por ali, aquecem o comércio e a economia da região. O bairro da Liberdade tem um valor histórico e cultural representativo para a cidade de São Paulo e possui grande diversidade cultural, que estabelece forte atrativo turístico e comercial para a região.

A estação de Metrô Japão/Liberdade tem saída direta para a Praça da Liberdade, de onde é possível acessar facilmente as vias do Programa Ruas Abertas Liberdade. Nessa praça dá para passear entre as inúmeras barracas de artesanatos e plantas ornamentais e conferir a bela escultura de Deolinda Madre, conhecida como Madrinha Eunice, fundadora da escola de Samba Lavapés, na década de 1930.

Eiko Kotsubo Tabeta, coordenadora dos expositores da Feira da Liberdade e dona de uma barraca há mais de 30 anos, onde vende os produtos de crochê feitos por ela e a sua filha, percebeu o aumento de turistas aos domingos e feriados depois do programa da prefeitura.

Liderando a quarta geração de vendedores do tradicional doce japonês imagawayaki – bolinho macio e recheado com pasta doce de feijão azuki – Silvia Maeda diz que a feira ganhou um novo público com o programa Ruas Abertas. Ela conta que antes da pandemia, sua barraca era frequentada por uma clientela tradicional, de moradores do bairro e pessoas idosas. “Agora, temos mais jovens, turistas internacionais e um público bastante rotativo”, diz.



Foto: ASCOM

 

Convite às ruas

Foi só o calor dar uma trégua no último domingo (14), que Márcia Nicoli saiu cedo de casa rumo à Liberdade para aproveitar o dia de folga. Acompanhada do marido e das duas filhas, ela acredita que deixar as ruas livres de carros e abertas aos pedestres permite a exploração tranquila do bairro. “A gente pode ver cada lojinha, cada lugar, mesmo com criança, com tranquilidade e sem se preocupar com carros passando nas ruas. É muito bacana”, opina.

Experimentar novos sabores sem gastar muito é outro ponto positivo de ir à Liberdade aos domingos e feriados. As aventuras gastronômicas começam na Rua dos Estudantes. Nela há grande oferta de restaurantes e barracas de comida de rua, com muitas opções da cozinha oriental. Mas tem que ter paciência, porque as filas costumam ser grandes como algumas porções de yakisoba.

Em uma fila de Dogkebi, o hot-dog coreano – uma massa frita, que vem em um palito e tem recheio de salsicha e queijo –, estavam quatro amigos de Blumenau/SC. Pela primeira vez no bairro, o grupo estava programado para ir a um show, mas resolveu esticar a viagem e conhecer um pouco a cidade. Suelen Cristina da Silva, médica veterinária e admiradora da cultura coreana, era a mais entusiasmada do grupo de amigos. Ela disse que já tinha planos de visitar a Liberdade, mas o que chamou mesmo a sua atenção foi encontrar as ruas abertas exclusivamente para pedestres. “Isso dá segurança para a gente caminhar”, disse.


História a céu aberto

Lá pertinho, na Rua Galvão Bueno, é possível encontrar todo tipo de comércio. Há desde lojas de venda de produtos de beleza, mercados, restaurantes, galerias com produtos orientais, que vendem de roupas a comida chinesa, japonesa e coreana. Nessa via é onde se concentra o maior volume de pessoas, e entre uma compra e outra, os visitantes tiram fotos com a Avenida 23 de Maio ao fundo.

A pequena Rua dos Aflitos termina na Capela de Nossa Senhora dos Aflitos. Apesar de fechada aos domingos, a sua fachada pode ser apreciada, assim como a sua história discutida em um dos bares ou restaurantes que ficam com mesas e cadeiras nas vias púbicas. Já na Rua Américo de Campos sempre há alguma feira acontecendo.


Histórico do Programa Ruas Abertas

Esta é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo que prioriza a qualificação do espaço urbano a partir das necessidades dos pedestres. O programa tem a intenção de oferecer condições que estimulem a permanência das pessoas, a caminhabilidade e o fortalecimento da região como atrativo turístico e comercial.

O programa Ruas Abertas está implantado na Avenida Paulista e no Bairro da Liberdade, locais que ficam com as vias abertas exclusivamente para pedestres aos domingos e feriados.

Na Liberdade, fazem parte da iniciativa a Rua dos Estudantes (entre a Av. da Liberdade e Rua da Glória), Rua dos Aflitos, Rua Américo de Campos (trecho entre a Rua Galvão Bueno e a Rua da Glória) e Rua Galvão Bueno (trecho entre a Rua Américo de Campos e a Praça da Liberdade). As vias foram definidas após amplo processo participativo junto aos comerciantes, moradores e frequentadores locais. Saiba Mais.


Conheça as vias


 

A operacionalização do Programa Ruas Abertas é de responsabilidade da Subprefeitura Sé e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

 

 

Texto: ASCOM