15 - Dobra o número de migrantes internacionais em São Paulo na última década

Entre 2000 e 2010, houve um aumento de 117% na entrada de imigrantes internacionais em São Paulo.

A migração internacional no Brasil teve um incremento de 87% no decênio 2000-2010, com o ingresso de 268,4 mil novos residentes 2010, contra 143,6 mil em 2000. No município de São Paulo, esse movimento foi mais intenso, pois houve um aumento de 117% nas entradas de residentes, ou seja, ingresso de 39.655 imigrantes em 2010 e de apenas 18.237 em 2000, segundo os respectivos Censos Demográficos do IBGE. Como o Censo considera imigrantes aqueles que moravam no exterior cinco anos antes da pesquisa, constatou-se um contingente de 24,3% de “imigrantes de retorno”, ou seja, 9.654 nascidos no município viviam no exterior até 2005. Em 2000, quase 2.000 paulistanos regressaram do exterior, representando 10,8% do fluxo de imigrantes a São Paulo. Nota-se que este dado censitário não considera o retorno daqueles não nascidos em São Paulo, mas que aqui residiam antes de emigrarem para outras cidades brasileiras ou para o exterior.

Já no que se refere à migração interna (deslocamentos no interior do próprio país) o município de São Paulo apresentou uma queda de 18,6% no fluxo total (ingresso de 533.446 pessoas em 2000, com redução para 434.082 em 2010). Em outras palavras, o saldo migratório manteve-se negativo no último decênio, reafirmando a tendência registrada desde o Censo Demográfico de 1991. Já a migração de retorno de outras regiões do Brasil acompanhou o movimento internacional, com aumento da participação dessa modalidade de deslocamento – 92.715 paulistanos retornaram à capital, representando 21,4% dos migrantes internos em 2010. Em 2000 a migração de retorno representava apenas 5,6% do fluxo total.

Os resultados censitários já captam um novo momento dos fluxos migratórios no país e no município, mostrando que a estabilidade econômica interna e a crise internacional têm sido fatores para a atração de estrangeiros, bem como de muitos brasileiros que viviam no exterior e que agora retornam, mas com uma distribuição territorial que aponta para um movimento de retorno das pessoas aos seus estados de origem, reduzindo o poder de atração da capital paulista.

 

Acesse o estudo na íntegra