Prefeitura inaugura nova modalidade de acolhimento em São Paulo

O UNA - Unidade de Acolhimento ‘Amor à vida’ tem como público-alvo pessoas em situação de rua que querem apenas pernoitar ou têm alguma resistência ao atendimento dos serviços já existentes na rede; parceria inédita foi feita com Movimento Estadual da População em Situação de Rua, que ofertará também refeições aos atendidos

Na imagem, quatro pessoas em pé e na frente delas uma placa de metal.

 

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), inaugurou nesta terça-feira, 05, a Unidade de Acolhimento (UNA) Amor à Vida, um serviço especialmente voltado para as pessoas em situação de rua que têm dificuldade em permanecer nos serviços convencionais da rede socioassistencial.

Em parceria com o Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, o serviço disponibilizará 300 camas distribuídas em três andares de um edifício localizado na Rua General Carneiro, 175, no centro histórico da capital, locado pela organização responsável.

Serão três andares do prédio destinados a atender até 300 pessoas. Cada andar é equipado com oito banheiros com chuveiros e adaptações que permitem acessibilidade para pessoas com deficiência.

Os acolhidos poderão repousar, tomar banho e se alimentar no serviço. A parceria com a Prefeitura garantirá 600 refeições, sendo 300 jantares e 300 cafés da manhã, e fará um repasse mensal de R$ 390.780,00 ao Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, que já tem experiência no atendimento às pessoas nesta condição e gerenciará os serviços nos três andares contemplados na parceria.

Hoje a gente dá o pontapé inicial em mais um espaço de acolhimento diferenciado, que é a UNA, a Unidade de Acolhimento, batizada de Amor à Vida. Um nome extremamente significativo por ser um espaço em que as pessoas podem chegar aqui, serem acolhidas, terem o direito a banho, ao jantar, café da manhã, terem direito a trocarem de roupa, lavarem a roupa com que chegam para não terem que dormir com a roupa que vêm da rua, não terem regras pré-estabelecidas de horários para entrar e sair. É uma forma de acolhimento voltada para um público que tem dificuldades com os modelos e com as regras dos centros de acolhida tradicionais. E isso é para que possa haver mais humanização, para que possa ter muito mais amor à vida”, declarou o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr.

O serviço vai funcionar das 17h às 8h e surge, principalmente, como alternativa às pessoas que estão há mais de um ano em situação de rua e evitam outros serviços da rede socioassistencial que têm regras como horários de entrada e saída.

O novo equipamento terá em seu quadro de funcionários pessoas com histórico de situação de rua, sendo 5% das funções voltadas ao público LGBTQIA+. O Amor à Vida contará com 18 monitores, quatro auxiliares de serviços gerais, quatro auxiliares de limpeza, quatro auxiliares de cozinha, três auxiliares administrativos e duas cozinheiras, além de um gerente e um assessor de projeto.

Como serviço Porta Aberta, o usuário pode entrar, tomar banho, fazer uma refeição e pernoitar, caso deseje. A nova modalidade de acolhimento visa oferecer também auxílio à reconstrução dos laços sociais e da dignidade, que são prejudicados durante exposição à realidade sofrida nas ruas.

Além dos serviços oferecidos pela SMADS (alimentação, banho e pernoite), o espaço irá ofertar outras atividades administradas pelo Movimento Estadual da População em Situação de Rua.

No meio da imagem, um homem com microfone na mão.

Núcleos de Convivência e Centros de Acolhimento

A cidade conta com 349 serviços de acolhimento para população em situação de rua em diversas tipologias e modalidades, contabilizando mais de 24 mil vagas no total. Somente em hotéis, são 4.094 vagas ofertadas. O repasse mensal para os serviços destinados a essa população é de R$ 38,3 milhões.

A cidade conta ainda com 15 núcleos de convivência, onde a população em situação de rua não acolhida é atendida e tem acesso a sanitários, chuveiros e lavanderias. Até o final de 2024, a meta é entregar quatro novos núcleos.

O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida.

As pessoas em situação de rua são encaminhadas aos serviços de acolhimento por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros Pop do município, do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) e Ampara SP.