Prefeitura realiza mutirão no Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

Vans do CadÚnico, SEAS e Ampara SP participam da ação voltada ao público em situação de vulnerabilidade; data tem como objetivo conscientizar a sociedade civil em prol dos direitos e dignidade deste público

Texto e fotos: Marianne Seixas 

São Paulo, 19 de agosto. O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado no dia 19 de agosto, transcende estatísticas e retrata a luta resiliente deste público.

Enquanto a data traz à tona as vozes e os rostos por trás desta realidade, ela também serve como um apelo à ação contínua. Neste sentido, a Prefeitura de São Paulo realizou neste sábado, na Praça da Sé, na região central da capital, uma ação de mobilização em prol à data.

O evento teve como objetivo o reforço diário das ações para a inclusão das pessoas em situação de rua na educação, acesso a empregos e oportunidades que possam permitir a reintegração deste público à sociedade.

O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr., participou da ação e comentou a importância deste trabalho. “O dia de luta é todo dia, mas neste sábado, a gente fez um reforço nas ações com mutirão na Praça da Sé. Temos muito trabalho a ser feito. E o que a gente precisa é manter esse esforço todos os dias pra que essas pessoas tenham seus direitos garantidos, inclusive de acolhimento digno e humanizado”, destacou.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) participou com os serviços oferecidos pela Van do CadÚnico. Foram distribuídas, ao longo do dia, 50 senhas para cadastro e atualização no programa, que é a porta de entrada para diversos benefícios.

Além das vans, os orientadores socioeducativos do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) estiveram na Praça da Sé realizando abordagem social, ofertando encaminhamento para diversos serviços, como os de acolhimento da rede socioassistencial e também os demais serviços oferecidos pela rede pública, como documentação, saúde, assessoria jurídica, entre outros.

O SEAS realizou 260 abordagens durante o mutirão, sendo que 131 pessoas aceitaram acolhimento em serviços da rede socioassistencial e outras 129 receberam encaminhamento para demais serviços do município.

Os agentes do Ampara SP também estiveram presentes no mutirão, com uma tenda que ofereceu arte terapia, além do atendimento integral, escuta e encaminhamento para serviços de acolhimento feitos por profissionais interdisciplinares.

O vínculo estabelecido entre o serviço de abordagem e a pessoa em situação de rua faz com que a ideia de um acolhimento humanizado seja uma possibilidade. Marcio Vinicius, de 40 anos, estava vivendo nas ruas do centro da cidade há dois anos e, no mutirão, aceitou o encaminhamento para ser acolhido no Centro de Acolhida (CA) - Bom Jesus Acolhe, vaga de acolhimento oferecida pela equipe do Ampara SP.

“Com essa vaga de acolhimento eu consigo dar meu primeiro passo, correr atras dos meus sonhos e reconquistar a confiança da minha família. Essa oportunidade me faz ter coragem de correr atras dos meus sonhos”, relata.

Ao todo, o Ampara SP realizou 88 abordagens durante o mutirão. 19 pessoas aceitaram acolhimento em serviços da rede socioassistencial, e outras 69 receberam encaminhamento para demais serviços do município.

Com um conceito complementar às abordagens já existentes às pessoas em situação de rua, a SMADS conta com as equipes do projeto Ampara SP, que acontece 24 horas por dia, durante sete dias da semana, e tem como foco o atendimento integral, escuta e acolhimento feitos por profissionais interdisciplinares.

O agente social José Carlos, de 25 anos, atua diariamente com pessoas em situação de rua e considera iniciativas como a do Dia Nacional da Luta da Pessoa em Situação de Rua significativas. “Ações como essa contam muito para o desenvolvimento de autoestima e sociabilidade. É importante ajudar em todas as fases, desde o corte de cabelo até a vaga de acolhimento”, pontua.

 

Acolhimento

A rede socioassistencial de São Paulo é a maior da América Latina, com mais de 25 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, distribuídas em Centros de Acolhida, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, serviços emergenciais da Operação Baixas Temperaturas (OBT), entre outros

Além da rede de acolhimento, a SMADS possui atualmente 14 Núcleos de Convivência para Adultos em Situação de Rua, que totalizam 4.452 vagas. Os serviços disponibilizam banheiros com instalações sanitárias e chuveiros com disponibilidade para banho e higiene pessoal, além de oferecer três refeições diárias, sendo café da manhã, almoço e lanche da tarde.

Estes espaços oferecem atendimento com atividades direcionadas e programadas para o desenvolvimento de sociabilidades, com foco na construção de vínculos interpessoais, familiares e comunitários.