CDCM promove união da luta feminina com a luta indígena

Em roda de conversa, atendidas discutiram a interseccionalidade e combate da violência contra mulheres indígenas

Texto: Ana Luiza Martins

Fotos: Acervo

6 mulheres se sentam em 2 sofás diferentes, os quais são cinzas forrados com uma estampa de flores rosas. Do lado direito da imagem, há 3 cadeiras pretas e em uma delas está sentada uma mulher. Todas elas olham para frente, onde se senta uma mulher branca vestindo terno preto. Ela está falando. Atrás dela, há uma estante branca e uma mesa coberta por toalha laranja com uma televisão em cima.

“Desde o início, fiquei incomodada pela insistência que raça e sexo eram duas questões separadas. A minha experiência de vida me mostrou que as duas questões são inseparáveis”. Essa frase é da escritora e teórica Bell Hooks, que estuda raça e gênero como questões unidas.

A interseccionalidade é um divisor de águas, porque permite que se atente e respeite às especificidades dos contextos culturais. Foi pensando nisso que a equipe técnica do Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) - Espaço Francisca Franco, na região da Sé, promoveu uma roda de conversa sobre “Violência Contra a Mulher Indígena” na quarta-feira passada (09).

Dia 09 de agosto é celebrado internacionalmente o Dia dos Povos Indígenas. Além disso, o mês é classificado como Agosto Lilás, um período de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.

Juntando os dois temas, a psicóloga pôde conversar com todas as atendidas do serviço sobre as condições das mulheres indígenas, as formas de violências e o porquê deve-se se preocupar com a temática.

As atendidas do CDCM puderam ouvir e entender sobre o tema. “Elas participaram ativamente das discussões e puderam compreender sobre o contexto de violência e as variantes que implicam para a sua incidência em comunidades tradicionais”, afirmou a técnica psicóloga Lorena Vieira, que ministrou a conversa.

A equipe técnica do equipamento contou que a escolha do tema também envolve o protagonismo feminino nas lutas sociais. Segundo Lorena, este é um tema pouco discutido e tratar com as atendidas teve um feedback muito positivo.

 

Sobre o CDCM:

A cidade de São Paulo mantém seu compromisso no combate da violência contra a mulher e na criação de uma sociedade mais inclusiva e segura.

Por isso, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) dispõe de seis diferentes tipologias de serviços que atendem especificamente a mulheres.

São 20 Centros de Acolhida Especial para mulheres, dentre eles três para mulheres transexuais e travestis, quatro para mulheres em situação de violência, um para mulheres imigrantes. Todos totalizam mais de 1.300 vagas.

Além disso, a rede socioassistencial tem 15 Centros de Defesa e Convivência da Mulher.