Agosto Lilás: CDCM Mulheres Vivas reúne atendidas para conversa sobre os 17 anos da Lei Maria da Penha

Serviço da zona sul da capital realizou um “Chá Lilás” para refletir sobre a importância das medidas de prevenção e assistência social às vítimas de violência doméstica

Mulheres estão em volta de uma mesa conversando após participarem de uma dinâmica.

Texto: Matheus Nascimento

Fotos: Acervo SMADS

Na última terça-feira (08), as atendidas do Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) - Mulheres Vivas, localizado no Campo Limpo, se reuniram para debater sobre os avanços e retrocessos que ocorreram nos últimos anos em relação à Lei Maria da Penha (11.340/2006). Além disso, compartilharam histórias de superação e comentaram sobre a atuação das profissionais da unidade.

A lei completou 17 anos na última segunda-feira (07), Dia Nacional de Luta contra a Violência Doméstica. O destaque da atividade foi para a importância das medidas de prevenção e assistência social às vítimas. Em inúmeras vezes, elas acabaram falando sobre a necessidade de entidades públicas e privadas apoiarem e darem visibilidade ao Agosto Lilás.

A campanha busca ressaltar a importância da segurança da mulher e proteger as mulheres das violências física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. “Nossos atendimentos estão sendo bem compreendidos e efeitos estão surgindo no nosso cotidiano de trabalho”, conta Natalia Ribeiro, psicóloga da unidade.

A maioria das mulheres estão sentadas aguardando o início da roda de conversa. Uma psicóloga do serviço, vestida de suéter roxo, está de pé lendo algum texto em uma folha sulfite.

Na dinâmica realizada com as atendidas, cada uma delas recebeu um envelope que representou um ano da Lei Maria da Penha. Carolina Messias, também psicóloga do serviço, leu para as mulheres casos de violências contra as mulheres e pediu para que elas relacionassem o número do envelope com a frase lida.

Durante o compartilhamento das histórias de vida, as mulheres mantiveram um diálogo que as incentivaram a darem continuidade na busca pelos seus direitos. As psicólogas afirmaram que a maioria das mulheres que estavam na atividade já tinham passado por atendimentos no serviço e que isso é positivo para o empoderamento. “Elas querem cada vez mais se informar sobre as formas de proteção para todos os tipos de violências”, ressalta Carolina.

As profissionais da unidade também lembraram da importância do trabalho da oficineira de panificação e confeitaria do serviço, Simone Júlia, para a criação de autoestima nelas e geração de renda.

“Elas vêm sentindo segurança para falar. Normalmente, colocam em prática os aprendizados das oficinas de artesanato, confeitaria, ioga. Tudo isso é para que elas possam ter identificação com a rede de apoio que criamos aqui e para a própria valorização”, afirma Carolina.

Ela realiza todas as semanas encontros com as atendidas para a elaboração de receitas. Por conta desse aprendizado, elas levaram diversos pratos para o chá da tarde. “Todas elas aproveitaram, interagiram e tiveram compreensão sobre as histórias de vida que aqui foram compartilhadas”, finaliza Carolina.