Serviço de Perus realiza curso sobre masculinidade

O projeto já formou, ao todo, 132 colaboradores de três tipologias diferentes da rede socioassistencial e do Centro Pop Vila Maria

Foto: várias pessoas em roda durante a formação do projeto

Texto: Marianne Seixas
Foto: Acervo

Discussões fora do convencional e que ultrapassam muros e paradigmas são sempre necessárias em quaisquer setores da sociedade, à luz do que se imagina ideal para o convívio de todos. O que é ser homem? Como nos tornamos homens? Efeitos e consequências no modo de ser homem. Paternagem. Violência intrafamiliar e de gênero. O CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) – Perus, na zona norte, promoveu conscientização de 132 colaboradores de serviços, a partir das reflexões acima citadas.

A ideia surgiu no final de 2020, após a unidade da zona norte identificar a necessidade de discutir as masculinidades, tendo em vista a demanda de homens autores de violência doméstica nos serviços. O objetivo é preparar os funcionários para situações provenientes de comportamentos masculinos considerados tóxicos e promover formações e grupos reflexivos, tanto com trabalhadores quanto com usuários.

O projeto ‘Masculinidades’ nasceu a partir do Programa ‘E agora, José’, que consiste em reunir homens autores de violência doméstica para reflexões socioeducativas e é ministrado pelo psicólogo e sociólogo Flávio Urra. A formação dos colabores da rede foi em dividida em três etapas e atingiu, além dos servidores, os usuários e seus familiares.

Foto: diversas pessoas sentadas em roda durante a dinâmica em grupo

O público-alvo do curso são os servidores do território que atuam em serviços da Proteção Social Especial, NAISPD (Núcleo de Apoio à Inclusão Social para Pessoas com Deficiência), SAICA (Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes) e MSE-MA (Medida Socioeducativa – Meio Aberto). e ao longo do dia de formação eles criam grupos reflexivos, discutem e rediscutem a masculinidade e como lidar com a masculinidade toxica enraizada.

A masculinidade pode ser definida como um conjunto de regras, ações, expressões e pensamentos. Já a masculinidade tóxica se manifesta em alguns aspectos sociais e psicológicos do homem, tais como a força física. Os orientadores organizaram o curso em cima dessas noções, com o intuito de debater a base da masculinidade contemporânea e os comportamentos e papéis associados ao homem.

Michel Santos da Silva, 34 anos, orientador socioeducativo de um SAICA, participou do curso e reforçou a importância de debater o assunto na rede. “Esse conhecimento no meu dia a dia é importante, eu ensino aos acolhidos a desmitificarem o que é a masculinidade, o que é ser um homem, para que assim eles entendam que essa construção social da masculinidade não é um padrão e que pode ser mudado”, disse.

foto: Michel em pé em frente ao slide falando sobre as dinâmicas em grupo

Michel Santos da Silva, orientador socioeducativo