Este foi o segundo seminário promovido para discutir questões referentes a população em situação de rua

 

Texto: Samuel Fragoso
Foto: Divulgação 

Na tarde da última quarta-feira, 13, o ciclo de seminários UrbanSus (Sustentabilidade Urbana) promoveu o segundo encontro sobre a temática “morar nas ruas de São Paulo durante a pandemia de Covid -19” e uma das mesas – Pesquisas sobre pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo - discutiu a importância da realização do censo, que afere os números dessa população na cidade e auxilia o Executivo na elaboração de novas políticas públicas.

“O que a gente quer é discutir, buscar soluções para a população em situação de rua. Precisamos entender sobre o assunto para entender o problema em todos os seus aspectos.”, disse Marcos Buckeridge, pesquisador da Universidade de São Paulo Cidades Globais – Instituto de Estudos Avançados (USPCG-IEA).

Além de ouvir pessoas que lidam diariamente com a população em situação de rua, o seminário - que está alinhado com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) - foram apresentados estudos realizados por pesquisadores da área da assistência social.

Para a coordenadora do Observatório da Vigilância Socioassistencial (COVS) da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Carolina Nakagawa, a realização de pesquisas é fundamental para ações mais diretas e a produção de debates com o objetivo de entender a realidade dos números também é uma etapa fundamental no processo.

“A política de Assistência Social é o começo da trajetória, por isso temos que pensar em políticas públicas no sentido de serviços habitacionais.” pontuou Nakagawa.

Viviane Ferreirinho, que também integra a equipe de COVS, complementou a participação da equipe de SMADS com um breve relato sobre o histórico do censo da população em situação de rua na cidade de São Paulo. Cabe ressaltar que o primeiro levantamento, feito há 20 anos, constatou que 3.392 pessoas viviam à época em situação de rua.

Censo Crianças e Adolescentes

O primeiro Censo para crianças em situação de rua aconteceu em de 2007, quando foram registrados 1.842 crianças ou adolescentes vivendo em situação de rua. À época, 70,4% eram crianças do sexo masculino, 2,7% do sexo feminino.

Em 2022, a SMADS encomendou um novo censo de crianças e adolescentes em situação de rua. O levantamento já está em fase de preparação e a previsão é de que a entrega dos resultados seja realizada até o fim do primeiro semestre deste ano.

Censo 2021

O censo de 2021, que foi divulgado em janeiro, mostrou que atualmente, na cidade de São Paulo, existem há 31.884 pessoas morando nas ruas da cidade, superando em 31%as 24.344 pessoas em situação de rua no último censo que havia sido divulgado em 2019.