Centro de Defesa e Convivência da Mulher do Campo limpo oferece curso sobre masculinidades

A fim de enfrentar a violência de gênero, o serviço oferece um curso para os profissionais que compõem rede de apoio aos homens

 Texto: Natalia Nora Marques

O Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) “Mulheres Vivas” deu início ao projeto sobre masculinidades para instruir os profissionais da rede socioassistencial do Campo Limpo.

Segundo a Lei Maria da Penha, é preciso que a violência de gênero seja combatida também junto aos homens e o curso oferecido pelo CDCM capacita os profissionais para trabalharem com essa situação. O objetivo é que a reflexão sobre as masculinidades e a desconstrução do machismo promovam mudanças de comportamento.

Os encontros são guiados pelo palestrante Flávio Urra, facilitador do projeto “E agora, José?”, formado em psicologia e sociologia. Segundo ele, “caso não seja realizado um trabalho com os agressores, existem grandes chances de que eles voltem a repetir as agressões”.

O início das aulas aconteceu no dia 03 de março, mas as datas foram alteradas por conta da mudança dos feriados, tendo sido retomadas no dia 14 de abril. Desde então, os encontros quinzenais acontecem às quartas-feiras por uma plataforma online e se encerram no dia 26 de maio.

As primeiras aulas tiveram discussões sobre o conceito de gênero, relações de poder e divisões do trabalho. Durante cada encontro de duas horas, são propostas atividades e reflexões que promovem a conscientização a respeito da desigualdade entre os gêneros. Uma atividade solicitada foi a análise e a comparação de brincadeiras da infância dos alunos, “assim eles puderam perceber a origem de certos comportamentos machistas”, relata Urra.

A maioria dos autores da violência de gênero são homens, e para que eles não voltem a repetir esse tipo de ação, as idealizadoras do projeto consideram de suma importância que seja feita uma conscientização a respeito do ocorrido. Com a capacitação dos funcionários que atendem esses homens, os ensinamentos recebidos são passados para os possíveis agressores, diminuindo a chance de reincidência.

Além do curso de masculinidades para os profissionais da rede socioassistencial do Campo Limpo, O CDCM segue oferecendo oficinas em vídeo para as mulheres assistidas pelo serviço. Para a segurança e privacidade delas, os vídeos são enviados por grupos privados. Esse tipo de oficina busca garantir a autonomia das atendidas, fazendo com que estejam menos vulneráveis à violência de gênero.