Representatividade: Núcleo de Convivência na Zona Leste realiza Cine Debate Especial para mulheres conviventes

As atendidas discutem questões sociais vividas por mulheres negras na década de 1960

 

 

Mulheres reunidas sentam numa posição de meia lua assistem a mais uma sessão do Cine Debate.

Texto: Rafaela Santos
Fotos: Wagner Origenes

Na última quinta-feira (12), aconteceu o Cine Debate ‘Especial Mulheres’ no Núcleo de Convivência São Martinho de Lima I, em celebração ao dia Internacional das Mulheres. A roda de conversa foi conduzida apenas por mulheres e contou com a presença de Isabel Wittmann, crítica de cinema.

As atividades desta semana focaram de modo especial nas conviventes do serviço, sendo pontuadas algumas questões que envolvem o convívio da mulher dentro da sociedade. Todos esses assuntos foram tratados de maneira significativa no filme “Estrelas além do tempo”, escolha feita por Isabel convidada da semana.

O filme passa na década de 60, num momento turbulento da história onde Estados Unidos e União Soviética disputavam incansavelmente por sua soberania. Baseado numa história real o longa mostra a vida de três mulheres afro-americanas, que foram peças importantes numa missão da NASA. No decorrer da narrativa são presentes as questões do machismo e atrelado a ele o racismo legalizado da época.

Através de uma indicação Isabel Wittmann, 34 anos, crítica de cinema, e o orientador socioeducativo Thiago Covelli trocaram suas experiências, e num convite ela aceitou participar do especial no Cine Debate. Isabel explica que a escolha do filme parte muito da luta e sobrevivência das causas femininas e, principalmente, despertar reflexões sobre os preconceitos sistêmicos e o dia Internacional das Mulheres. “Por mais que a história aparentar ser fantasiosa, as questões de gênero e o próprio racismo que está manifestado no filme trouxe proximidade com as experiências de cada uma”.

A convivente Edilene Tavares, 44 anos, disse que é muito importante as sessões do debate, principalmente, o filme que retrata o preconceito contra as mulheres. Ela também ressalta o trabalho dedicado de toda equipe em oferecer esse tipo de atividade que dá o direito a todos de expressar o que sentem. “Eles dão a oportunidade da gente se expressar e dar nossa opinião que em muitos lugares não é concedido. Então quando estamos num ambiente como esse o sentimento é de liberdade, é muito bom!”.

Nilma Ribeiro, 64 anos, atendida pelo Núcleo São Martinho de Lima acha que a iniciativa dá força e estimula a autoestima de mulheres frequentadoras do serviço. “Em determinado tempo da nossa trajetória acabamos acreditando que não somos capazes de vencer os obstáculos”, declara.

A direita da imagem conviventes acompanham a fala da crítica de cinema que está a esquerda gesticulando.