Texto: Guilherme Fernandes
Foto: Divulgação
Um final de semana entre amigos na praia para muitos é uma atividade relaxante e prazerosa, mas pode deixar de ser significativa quando o cenário já é conhecido. O que não foi o caso para um grupo de atendidos do Instituto Gabi. Nos dias 27 e 28/04, 20 conviventes tiveram a oportunidade de passar o final de semana na praia de Bertioga, acompanhados por suas mães.
A organização da viagem ficou a cargo de Fernanda Lima, mãe de um dos jovens conviventes do Instituto, que por meio da arrecadação de fundos com a venda de chocolates durante a Páscoa e de outros produtos artesanais confeccionados pelas mães, conseguiu programar o passeio. De acordo com ela, com o resultado das vendas, a locação do ônibus foi possível.
Apesar dos passeios que a ONG oferece, nunca foi possível deixar o município para uma viagem. “Nós que temos filhos com deficiências intelectuais sabíamos que a viagem seria algo marcante, principalmente porque muitos nunca tinham estado numa praia antes”, comenta Fernanda.
Em Bertioga, os conviventes participaram do evento “Praia Acessível” no qual puderam aprender surf, caiaque e tomar banho de mar com o uso de cadeiras anfíbias, além de uma agradável tarde que passaram ao lado de suas mães em um banho de sol. Para a gerente do Instituto, Isabel Almeida, a viagem foi muito gratificante. “Foi um momento de integração social e diversão”, afirma.
O Instituto Gabi é uma ONG que existe há 17 anos e está conveniada à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS). Ela é destinada a desenvolver habilidades motoras e sociais de pessoas com deficiência intelectual e atualmente atende 60 conviventes a partir de sete anos de idade.
Os conviventes estão divididos em duas turmas de 30 pessoas e o serviço funciona no contraturno escolar visando estimular a socialização, autonomia e independência. Além disso, são realizadas atividades e reuniões com as famílias dos conviventes para que exista uma maior integração.
O filho de Fernanda tem 24 anos e já convive na ONG há sete anos. Para ela o Instituto Gabi foi fundamental no desenvolvimento social de seu filho. “A ONG dá a possibilidade de um convívio social saudável com outras pessoas com e sem deficiência. O meu filho se desenvolveu muito e caso contrário ele ficaria recluso”, conta.