Primeira Horta Escola para pessoas em situação de rua é inaugurada em São Paulo

A turma atual é composta por 16 educandos de Centros de Acolhimento da cidade

Texto: Letícia Weinz
Fotos: Juliana Liba 

Com o objetivo de trazer melhorias para a cidade e contribuir para uma sociedade mais colaborativa, a Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade (ARCAH), em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, inauguraram na manhã desta quarta-feira (05/09) o projeto Horta Social Urbana/Cidadão Sustentável, localizado no bairro de Jabaquara.

O projeto visa à capacitação e a reintegração social de pessoas em situação de rua acolhidas nos Centros de Acolhimento, por meio da formação em agricultura urbana, focada na produção de alimentos orgânicos em espaços verdes e ociosos na cidade de São Paulo.

Como primeira iniciativa do programa, foi lançada também nesta manhã a Horta Escola Lucy Montoro, totalmente realizada e custeada pela iniciativa privada. O nome é uma homenagem a Lucy Montoro, que presidiu o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) e tinha como meta o desenvolvimento de hortas sociais para a capacitação profissional para pessoas carentes.

Com capacitações sócio-pedagógicas, os módulos teóricos e práticos da Horta Escola são embasados na psicologia humanista e nos princípios da permacultura e agroecologia. Também fazem parte da grade, aulas de empreendedorismo e educação financeira. A turma atual conta com 16 educandos.

A iniciativa conta com apoio da Fundação Banco do Brasil, Itaú, Eletropaulo e Grupo Pão de Açúcar. “É muito importante unir o poder público com o setor privado para realizar programas eficientes e resolver um problema que é de todos”, afirmou o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará.

Para a convivente Valéria Fonseca Lubiana, do Centro de Acolhida Portal do Futuro, as energias voltaram após participar desse projeto. “Tinha perdido as esperanças, mas agora tudo mudou. Me sinto viva”, afirmou.
“É um projeto inovador. Eu fico emocionado, não por mim ou pelo projeto, e sim pelas pessoas que viveram nas ruas. Nós só somos felizes fazendo eles felizes também”, finalizou o secretário.