Texto e Foto: Marcos Gabriel
O Centro de Acolhida Especial para Mulheres com ou sem filhos Brigadeiro (CAE) é responsável pela construção da autonomia de 80 mulheres em dificuldades sociais. O serviço, que funciona 24h por dia, atende mulheres de todas as idades, em todas as situações de vulnerabilidade, sendo mães ou não. Atualmente, além das mulheres, há 60 crianças acomodadas. Já os convenientes do sexo masculino, podem ficar no CAE somente até 18 anos de idade.
‘’Essas convenientes moram aqui provisoriamente, e o nosso trabalho principal é a busca da autonomia de cada uma delas. Todas elas lavam suas roupas, tem cinco refeições por dia e realizam algumas oficinas oferecidas por grupos parceiros, além de um bazar que ocorre uma vez por mês’’, conta Bruna Lisboa, psicóloga da instituição.
Elaine Marques, assistente social do CAE Brigadeiro, afirma: ‘’Nós fazemos todos os encaminhamentos necessários. Além disso, nós as preparamos para o mercado de trabalho. Cada semana formamos novas turmas e encaminhamos para o curso de capacitação de inserção no mercado de trabalho pelo programa Trabalho Novo’’.
Cultivando sonhos, avançando na vida
O sorriso estampado no rosto de Ana Paula Correa, 46 anos, que está há dois meses no CAE Brigadeiro, demonstra toda sua felicidade que parece não ter fim. O motivo de tanta alegria? Ela conseguiu um emprego graças ao programa Trabalho Novo, e hoje trabalha como auxiliar de limpeza no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor).
‘’Eu encontrei o que estava precisando. Aconteceu tanta coisa na minha vida para que eu chegasse aqui, e hoje posso dizer que consegui vencer, graças a todo o apoio da equipe. Estou muito feliz, não consigo nem dizer o quanto. O CAE me apoiou quando eu mais precisei, estava muito fragilizada por conta do desemprego’’, expôs a conveniente.
‘’Além de tudo isso, eu ganhei muita autonomia na minha vida. Estou vendo uma possibilidade de efetivação no próprio emprego, e também procurando um quarto para alugar pra mim e meu filho, Vinícius de 11 anos’’, finalizou.
Viviane Farias da Silva, 40 anos, está há um mês no Centro de Acolhida e já conta, com determinação e coragem, sobre o emprego que conseguiu como auxiliar de limpeza no Incor, também graças ao programa Trabalho Novo. ‘’Foi muito rápido. Consegui o emprego como ajuda de todo mundo daqui. Não tenho o que reclamar do serviço, eu fui muito bem tratada e atendida e devo tudo isso ao pessoal daqui. Me abriram todas as portas’’.
Marta Laura, 20 anos, vive no CAE com sua filha de 9 meses, Isabela. Ela já fez curso de capacitação e está à procura de um emprego. ‘’Estou confiante. Em breve vou conseguir. Não vou desistir.’’
Os sorrisos sinceros mesclados à força de vontade de cada uma das mulheres que vivem no CAE Brigadeiro mostram que lutar pelos seus sonhos e nunca desistir, vale a pena. Cada mulher carrega consigo histórias de luta, dificuldades, dor e perseverança, que podem ser reestruturadas graças ao apoio da equipe e da esperança de um futuro melhor e promissor.