Tradicional Grito de Carnaval da SMADS e parceiros reúne mil pessoas no Centro de São Paulo

Ato conscientizou contra a exploração sexual de crianças e adolescentes

Por Vinícius Dominichelli

Mais de mil pessoas percorreram as ruas do centro da cidade para conscientizar a população sobre os direitos das crianças e adolescentes na manhã desta quarta-feira (22/2). O tradicional Grito de Carnaval reuniu os atendidos pelos serviços socioassistenciais da Capital, a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) Sonia Francine e a animada bateria da Vai-Vai.

O ato também contou com organização da Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (CMESCA).

A concentração foi na Praça do Patriarca e o Bloco seguiu pelas ruas Direita, da Quitanda, Quinze Novembro e terminou na Praça Antonio Prado, onde a atividade foi finalizada com uma apresentação especial da bateria da Vai-Vai. Um dos destaques foi a apresentação da música da Ave Maria de Bach, tocada no cavaquinho por Anderson (bateria da Vai-Vai) em homenagem ao maestro e apoiador do ato há anos, João Carlos Martins.

A secretária municipal Sonia Francine subiu ao coreto da Praça Antonio Prado e falou aos presentes sobre o propósito do evento: "Se eu não quero que me toquem, não é para tocar. Se eu não quero que façam graça, não é para fazer. A gente tem o direito de não ser tocado, de não ouvir gracinha. Vale para todo mundo, para mulheres adultas, para homens adultos, para crianças e adolescentes - principalmente".

Mais de 145 mil violações foram registradas contra crianças e adolescentes apenas no ano passado, uma média de 398 por dia, segundo dados do Disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Desse número, 54 mil foram por negligência, 33 mil por violência psicológica, 32 mil por violência física, 16 mil por violência sexual e quase nove mil por outras violações, como trabalho infantil e violência institucional.

Outros dados alarmantes remetem aos perfis dessas crianças e adolescentes que sofreram violações. As meninas são as maiores vítimas, com 53%, enquanto os meninos representam 47%. Negros e pardos somam 58% das ocorrências e brancos, 41%.

"Procure ajuda de um adulto de confiança, não tem que ter vergonha. Temos que prestar atenção nos nossos amigos, colegas da escola, da rua. Se precisar de ajuda é preciso discar 100", conclui a secretária.

Fique atento aos direitos das nossas crianças e adolescentes e, em caso de violações, denuncie: procure o Conselho Tutelar ou Disque 100.